A mudança de hábito das famílias em alimentação fora de casa causou um impacto considerável no setor de restaurantes fast-food dos Estados Unidos. A receita encolheu cerca de 30% para este segmento cuja estimativa é de movimento de US$ 290 bilhões por ano. Mas a pandemia da covid-19 marcou um momento de renovação, por meio do drive-thru.

O faturamento médio por cada loja do McDonald’s caiu apenas 2,3% em junho frente a abril, considerado positivo para as condições do período, e a rede Popeye’s informou alta de quase 25% para o mesmo indicador. Resultados sustentados pelo serviço de retirada no local com carro, segundo o site Fast Company.

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Não é de hoje que o sistema, que nasceu em 1940, garante boa parte da sobrevivência desses estabelecimentos. Isso porque 65% da receita é gerada pelo drive-thru. E os norte-americanos estão colaborando, já que 74% deles garantem ter ido para a rua comprar comida com a mesma frequência que faziam antes da pandemia.

Com esse cenário, o setor se movimentou. O Shake Shack terá o seu primeiro drive-thru em 2021 e o Chipotle vai instalar o seu sistema de retirada “Chipotlanes” em praticamente todas as suas lojas.

A rede Taco Bell também está correndo atrás de atualizar o seu sistema e o prazo previsto para completar o projeto passou de quase 10 anos para o mais rápido possível, segundo Mike Grams, presidente e COO global da Taco Bell.

O objetivo das redes é quebrar a barreira dos 4 minutos de espera. O Taco Bell passou os últimos cinco anos com esta meta. Assim que o fez, no final de 2019 – por meio da simplificação de cozinhas e da adição de quiosques de pedidos nas lojas para liberar funcionários – estabeleceu uma nova referência: três minutos.

No final de 2018, o McDonald’s priorizou a aceleração de seus sistemas. Hoje, Bill Garrett, vice-presidente sênior de operações, comemora a reformulação já ativa durante a pandemia.

O fluxo de trabalho da cozinha foi remodelado para garantir que todos os funcionários trabalhassem da forma mais eficiente possível. O menu que havia se tornado inchado com itens com transformações constantes foi eliminado. Foi criado um cardápio enxuto, mas a empresa não quis comentar o que foi eliminado e onde, segundo o site Fast Company.

A Taco Bell simplificou seu menu recentemente, removendo uma dúzia de itens em julho. A Starbucks, por sua vez, atualizou a máquina de café expresso e reformulou o sistema de TI com a introdução de um back-end totalmente com inteligência artificial. Um dos benefícios desta atualização é a operação de etiquetagem, que pode canalizar pedidos do Uber Eats, das pessoas em seus carros ou do aplicativo, e enfileirar essas xícaras para os baristas baterem em seguida.

Novidades

O McDonald’s fala muito sobre a “personalização” dos pedidos para o futuro. Imagina-se como isso poderia acontecer nos painéis interativos do menu um dia: se você nunca, jamais pede nuggets, talvez o produto não fique mais em destaque na tela, ou listado em tudo.

A Starbucks, que também possui menus digitais, considerou permitir que os consumidores optem por ser identificados ao subirem para obter recomendações personalizadas.

A Taco Bell começará a oferecer uma faixa prioritária móvel em muitas de suas lojas, como parte de um incentivo para que os consumidores façam pedidos no celular.

Na Chipotle, ao entrar em suas lojas drive-thru, a empresa decidiu que o consumidor não terá um menu visível. É necessário usar o aplicativo da companhia para agendar um horário de coleta.