BEDFORD, Reino Unido (Reuters) – Com os veículos elétricos em alta, a disputa por participação de mercado entre as startups que vendem carregadores domésticos está esquentando e isso alimentará mais negócios no setor, à medida que dezenas de milhões de unidades serão instaladas globalmente na próxima década.

“É um setor em alta, atraiu muito talento e capital”, disse Carlos Fisch, diretor da empresa de capital de risco Seaya Venture, especializada em tecnologias disruptivas e sustentáveis, tendo cerca de 8% da empresa espanhola de recarga Wallbox. “Esperamos uma grande consolidação.”

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Fisch disse que os vencedores serão aqueles com software superior para gerenciar a energia em casa e carregamento bidirecional, permitindo que os donos dos veículos carreguem de forma mais barata à noite e vendam energia de volta à rede a taxas mais altas durante os horários de pico, “transformando a bateria de um centro de custo em centro de lucro”.

A consolidação já começou, com uma série de pequenas startups compradas. Os compradores incluem empresas de serviços públicos como a francesa EDF e a norueguesa Statkraft, gigantes do petróleo como BP, Shell e outras. A empresa industrial alemã Siemens tem um negócio de carregadores domésticos e a unidade de carregamento de veículos elétricos da Volkswagen, Electrify America, entrou no mercado residencial no início de 2021.

A cobrança das recargas públicas é um grande desafio em cidades de Estados Unidos e da Europa, onde cerca de 60% dos residentes têm acesso ao carregamento residencial.

A Juniper Research estima que 35 milhões de carregadores domésticos serão instalados no mundo até 2026. A Ernst & Young prevê que somente a Europa terá 56 milhões de carregadores EV domésticos até 2035.

Os preços dos carregadores domésticos variam de 600 a mais de mil dólares, fora a instalação, então dezenas de bilhões de dólares estão em jogo. Os donos de veículos elétricos usam carregadores domésticos para cerca de 80% do carregamento.

“Estamos nisso porque achamos que será um mercado enorme”, disse David Martell, executivo-chefe da recém-formada startup britânica de carregadores de veículos elétricos Evios.

Martell, que também fundou a empresa de carregadores de veículos elétricos Chargemaster, que a BP comprou em 2018 por cerca de 155,3 milhões de dólares, planeja expandir a startup para a Alemanha e a Holanda em 2023.

A Evios criou um carregador projetado com um aplicativo que pode funcionar integrado com a Alexa, da Amazon, ou o Google Home, conectando-se a painéis solares e permitir oito usuários diferentes para que os vizinhos possam usá-lo.

A startup se junta a empresas como Pod Point, que no fim de 2021 tinha 137 mil carregadores instalados. A Pod Point também vende carregadores para escritórios e públicos, e o presidente-executivo Erik Fairbairn disse que a receita da Pod Point aumentou 86% este ano.

A Wallbox, também de carregadores, tem operações em toda a Europa e foi lançada nos Estados Unidos em 2021. A empresa já vendeu cerca de 200 mil carregadores e espera que a receita aumente em até 190%, para 206,8 milhões de dólares este ano e atinja 1 bilhão de dólares até 2025.

Os consumidores norte-americanos têm sido mais lentos na adoção dos veículos elétricos, mas isso está mudando.

“Vimos a demanda dos EUA por carregamento residencial crescer drasticamente e se equiparar à Europa”, disse o chefe de mobilidade eletrônica da Siemens na América do NorteJohn DeBoer.