O ano começa com uma boa notícia para quem luta por um mundo melhor: os donos do capital no Brasil estão mais conscientes de que ações socioambientais responsáveis influenciam a capacidade de geração de negócios e obtenção de lucro. Tal percepção é relevante na medida em que tira a bandeira de proteção da biodiversidade exclusivamente das mãos de cidadãos, ativistas e ONGs — e a coloca na mesa dos tomadores de decisão onde o dinheiro, de fato, circula. De acordo com o Internacional Business Report — Sustentabilidade, pesquisa global realizada pela Grant Thornton, 70,8% dos 250 empresários brasileiros entrevistados acreditam que ações sustentáveis trarão impactos financeiros positivos em seus negócios. Globalmente, o índice ficou em 47,6%. A empresa ouviu 4,6 mil empresas em 29 países. Aspectos dessa agenda já estão sendo levados em conta na hora de definir novos produtos, serviços e estratégias de negócios, além de pautar ações para gerenciar a reputação da empresa.

Pelo que a maioria dos empresários declarou, o tema permanecerá em alta: 79,1% dos entrevistados brasileiros esperam melhorar o desempenho de suas empresas em impacto ambiental; 78,1% acreditam que terão melhorias nas questões sociais; e 66,2% esperam melhor resultado em governança.

Dentre as razões do aumento da preocupação com o tema está a necessidade da conformidade com leis, regulamentos e relatórios (60%), melhor eficiência operacional e redução de custos (51,6%) e melhoria na reputação corporativa (49,2%).

Diante de um cenário tão promissor, um fato é alarmante: 49,2% concordaram que, quando o assunto é medição de sustentabilidade, a maioria das empresas ainda não sabe por onde começar. Há avanços, mas o caminho ainda é longo.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1204 da Revista Dinheiro)