A relação de empresários com o governo sempre foi umbilical, independentemente dos partidos que estão no poder. “Os lobbies empresariais são muito poderosos”, lembra Sérgio Lazzarini, professor do Insper. “Ainda é muito cedo para saber como vai ser daqui para frente.” A única certeza, diz Lazzarini, é que a vida do lobista vai ser mais difícil. “Não pela mudança de governo, mas porque não há mais dinheiro para distribuir. A torneira secou.”

Na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tradicionais empresários, como Jorge Gerdau, Abilio Diniz e Josué Gomes, foram convidados para fazer parte do “Conselhão” e ganharam mais voz. O governo petista tinha uma política desenvolvimentista.

Discurso contra o PT. O presidente eleito Jair Bolsonaro soube se apropriar do discurso liberal do mercado e ganhou força dos eleitores antipetistas. O teste de fogo vai ser como o futuro presidente vai lidar com o Congresso e, sobretudo, com as bancadas temáticas.

Para o cientista político Leandro Cosentino, também do Insper, o Brasil nunca adotou uma política liberal de fato. “O Estado sempre teve um papel intervencionista em toda sua história . Vale lembrar que Bolsonaro nunca foi um liberal de fato. Ele adotou a política liberal do economista Paulo Guedes.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.