Para alguns, pode parecer excêntrico demais. Para outros, é a oportunidade de eternizar pessoas amadas. Seja qual for a percepção, existe um mercado milionário que une dois pontos, a princípio, bem distantes: o luto pela perda de um ente querido e a criação de uma joia. Acaba de desembarcar no Brasil o laboratório Heart in Diamond, que transforma as cinzas cremadas em diamantes. Criada em 2005, com matriz no Reino Unido e filial na Califórnia, é a maior empresa do mundo do ramo. Chega ao País por meio de parceria exclusiva com a Casa Funerária São João Batista, no Rio de Janeiro, administrada pelo Grupo Riopae. A expectativa da companhia é a de que o potencial de mercado atinja 1% da população brasileira, ou seja, 2 milhões de clientes. “É a pessoa querida em joia, um vínculo eterno. Essa é a nossa proposta”, disse Vinicius Chaves de Mello, diretor-executivo do grupo Riopae.

Para criar uma memória especial em meio a um momento difícil, é possível escolher entre mais de 500 conjuntos de joias, nas cores laranja amarelado, amarelo esverdeado, vermelho escuro, azul e branco. O diamante pode ser recebido em forma de anel, brinco ou colar. As peças poderão ser adquiridas a preços que variam de R$ 5 mil a R$ 130 mil. A entrega é feita entre 90 e 150 dias, a partir da data de recebimento da amostra. Os diamantes têm certificado de autenticidade, garantia vitalícia e recebem um ID único inscrito a laser.

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Segundo Chaves de Mello, um diamante de cremação é feito usando a fonte pessoal de carbono de uma pessoa, o que o torna uma lembrança única e com envolvimento emocional por conter sentimentos.

Os diamantes da Heart in Diamond são cultivados em laboratório e também chamados de diamantes artificiais. Possuem propriedades químicas, ópticas e físicas idênticas aos diamantes extraídos da Terra. Para obter o carbono ­– o corpo humano tem 18% de carbono em sua composição – se extrai da amostra (cinzas cremadas) o carbono orgânico, aplicando calor extremo (em torno de 1.400°C). Assim que a extração do carbono é finalizada, a Heart in Diamond coloca o carbono em um núcleo de cerâmica, que é inserido dentro de uma incubadora para recriar as condições naturais do processo de desenvolvimento do diamante. Depois, os diamantes são cortados e polidos.