Máquinas de ultra-som custam em torno de US$ 60 mil a US$ 80 mil, e são uma das mais vitais ferramentas da medicina, servindo desde gestantes até testes para detectar coágulos sanguíneos e alguns tipos de câncer. A procura pelo equipamento é tão grande alguns hospitais tem filas de meses para realizar um simples exames.

Porém o equipamento que custa dezenas de milhares de dólares ganhou uma versão compatível com iPhone, que cabe no bolso e no orçamento. Se trata do Butterfly iQ criado por Jonathan Rothberg, que após horas na espera para realizar ultrassons em sua filha, que sofre de esclerose tubular, resolveu criar uma máquina de ultrassom portátil diante da escassez do equipamento no hospital que frequentava.

Para viabilizar o projeto, a Butterfly Network realizou uma rodada de investimentos série D – voltada para projetos em estágio inicial – e conseguiu aportar US$ 250 milhões de entidades como Bill e Melinda Gates Foundation, Fosun Pharma e Fidelity. O primeiro protótipo do aparelho foi apresentado há um ano, e agora se prepara para ser enviado para todo o universo da medicina. O cálculo da empresa é de que existe 40 milhões de potenciais usuários da Butterfly iQ ao redor do planeta.

O ultrassom começou a ser usado na medicina na década de 50, quando o preço médio do aparelho era de US$ 100 mil. Hoje o preço é cerca de 20% a 40% menor, mas ainda alto diante de sua procura e utilidade. Para conseguir reduzir o tamanho do aparelho, foi preciso adaptar a tecnologia. O ultrassom comum utiliza cerca de 128 cristais piozelétricos para emitir e receber frequências que geram as imagens. O Butterfly iQ transformou isto em um pequeno chip de silicone que contém cerca de 9.000 mini-baterias que conseguem emitir e receber sons.

No futuro, os planos da empresa é unir as imagens geradas pelo aplicativo e utilizar inteligência artificial para analisar as imagens e trazer diagnósticos rápidos para os pacientes.