Por Valerie Volcovici e Timothy Gardner

WASHINGTON (Reuters) – A TerraPower, empresa de energia nuclear do bilionário Bill Gates, escolheu o Estado norte-americano de Wyoming para lançar o primeiro projeto do reator Natrium, afirmou o governo estadual nesta quarta-feira.

A TerraPower, fundada por Gates há cerca de 15 anos, e a companhia de energia norte-americana PacifiCorp, controlada pela Berkshire Hathaway, afirmaram que o local exato da usina de demonstração do reator Natrium será anunciado até o final do ano. Por ora, o governo do Estado afirmou que ele será instalado no local de uma usina termelétrica desativada.

Pequenos reatores nucleares avançados, que usam diferentes tipos de combustíveis em relação aos reatores tradicionais, são considerados por alguns especialistas como uma importante tecnologia de geração de energia sem emissão de carbono, capazes de suplementar fontes intermitentes como eólica e solar.

“Este é nosso caminho mais curto e rápido para sermos negativos em carbono”, disse o governador do Wyoming, Mark Gordon. O Wyoming é o Estado que mais produz carvão nos EUA.

O projeto envolve um reator rápido resfriado a sódio com capacidade para 345 megawatts com uma unidade de armazenamento que pode ampliar a produção para 500 MW em momentos de pico. ATerraPower afirmou no ano passado que a usina custaria cerca de 1 bilhão de dólares.

No ano passado, o Departamento de Energia dos EUA concedeu um financiamento inicial de 80 milhões de dólares para a TerraPower demonstrar a tecnologia Natrium e se comprometeu com financiamento adicional nos próximos anos após aprovações do Congresso.

Chris Levesque, presidente da TerraPower afirmou que a usina de demonstração levaria cerca de sete anos para ser construída. “Precisamos deste tipo de energia limpa na rede elétrica na década de 2030”, afirmou o executivo a jornalistas.

Especialistas em energia nuclear afirmam que os reatores avançados têm mais riscos que os convencionais. O combustível para muitos deles precisa ser enriquecido a níveis muito maiores que o convencional, o que significa que a cadeia de fornecimento poderia ser um alvo para ataques por grupos interessados em produção de bombas nucleares.

Levesque, porém, afirmou que as usinas vão reduzir os riscos de proliferação porque diminuem o volume de lixo nuclear produzido.

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