O desemprego encerrou o primeiro trimestre deste ano, segundo dados do IBGE, beirando 15 milhões de pessoas e mais de 6 milhões de desalentados. Por isso, empreender neste segundo semestre pode se mostrar uma janela de oportunidades para gerar renda e sair do vermelho.

Conhecido por ser um período do ano onde a economia tende a ficar aquecida, a segunda metade de 2021 pode marcar o retorno da normalidade ao País, uma vez que a vacinação está avançando e boa parte da população estará imunizada com pelo menos uma dose da vacina contra a covid-19.

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Para o professor e membro do Conselho Curador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Edson Barbero, é preciso poder de adaptação para quem quiser empreender no “novo normal” gerado com a pandemia da covid-19. Por isso, quem não abraçar o mundo digital e não observar as oportunidades que são apresentadas diariamente – sempre fruto das demandas dos clientes –, vai patinar no mercado.

“Neste mundo pós pandemia, de esperança reascendida com o início da vacinação, é possível observar forte tendência para negócios que tenham por base a tecnologia, saúde, bem-estar e vida saudável e serviços de entrega que apresentaram um boom em 2020 e ainda tem muito a ser explorado e melhorado”, observou por nota o professor.

Separamos três dicas de setores diferentes e que podem te ajudar a pensar uma forma de fechar o ano trabalhando por conta própria.

1 – Microfranquias

As franquias são boas opções de baixo investimento e retorno rápido. O último levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontou que 562 redes com modelo de microfranquia, sendo que 63% delas atuam somente neste modelo e 37% são mistas, com modelos de negócio um pouco maiores, caso você sinta a necessidade de expandir a empresa.

Aqui as opções são extensas e vão desde redes de pet shop, até lavanderias, escolas de idiomas e matemática (como o Kumon), redes de alimentos, entre outras. E não é necessário adotar o padrão de loja física, já que você pode aderir ao modelo de quiosques, ou o chamado Home Based, onde a sua casa pode servir como sede da franquia.

Nos dois tipos de microfranquia, o retorno do investimento é rápido: os quiosques devolvem o investimento em média de 3 a 8 meses, e as operações Home Based vêm a seguir, com retorno de 6 a 11 meses.

“As microfranquias de fato vieram para ficar, independentemente da situação econômica do País, e cumprem um importante papel na formação de empreendedores em nosso país, sendo uma porta de entrada para quem deseja ser dono de um negócio, tendo acesso a uma marca consolidada, treinamento e todo o suporte técnico e operacional necessário para empreender com sucesso”, disse Adriana Auriemo, diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF.

2 – Venda Direta

Caracterizado pela comercialização de produtos e serviços sem a necessidade de vender em um local fixo e com baixo (ou quase nenhum) custo de entrada, a venda direta é outra opção para empreendedores que querem driblar o desemprego e depender do próprio esforço para ganhar dinheiro.

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), em 2020 o número de brasileiros que empreendem no modelo de Venda Direta chegou a 4 milhões – crescimento de 5,5% em relação ao número de empreendedores em 2019.

Para atuar no setor basta ser maior de 18 anos e realizar cadastro em uma empresa do setor, que conta com um vasto portfólio de marcas nos segmentos de cosméticos e cuidados pessoais; roupas e acessórios; suplementos alimentares e vitaminas, alimentos e bebidas; produtos para casa e utensílios; serviços financeiros entre outras. Marcas como Avon, Natura, Jequiti e Mary Kay são exemplos.

“Notamos a entrada de muitos jovens na força de vendas, que hoje representam 48,1% do total de empreendedores independentes no Brasil (18 a 29 anos), e que fazem uso da tecnologia e das mídias sociais para divulgar e vender os seus produtos e serviços. Trabalhar com vendas diretas é uma excelente oportunidade para esse público, que sonha em empreender, mas não quer ter risco ou investimento inicial”, disse por nota Adriana Colloca, presidente executiva da ABEVD.

3 – Produtos e serviços por assinatura

É possível que você conheça ou assine algum tipo de produto/serviço por assinatura como um clube de vinhos, cervejas, cosméticos, flores, filmes, livros e até sementes e produtos de jardinagem. Essa é uma aposta não apenas de grandes marcas, mas de micro e pequenas empresas.

Segundo a consultora do Sebrae/PR, Mariana Carvalho, o crescimento se deve a um fator essencial, pois o serviço beneficia tanto as empresas como também os consumidores.

“Para o cliente, há muito mais comodidade ao fazer uma assinatura para receber de forma prática e recorrente aquilo que ele já gosta. Para o empresário, a assinatura garante a venda, uma vez que o cliente já foi conquistado para aquele período do contrato e, com isso, há garantia da entrada do dinheiro, possibilitando maior planejamento com gastos e investimentos na empresa”, aponta Mariana.

O diferencial do serviço por assinatura é incluir detalhes que vão além da venda, com itens que possam complementar o produto principal e que deem substância ao que é oferecido. Pode ser uma carta de recomendações, um objeto exclusivo, ou um material com informações adicionais, por exemplo.