Os mais de 80 emigrantes resgatados pelo navio humanitário espanhol “Open Arms” começaram a desembarcar, na noite desta terça-feira, na ilha italiana de Lampedusa, após a procuradoria do país ordenar a operação e a apreensão da embarcação.

Ancorados desde a quinta-feira passada a centenas de metros da costa, os migrantes não tinham conseguido chegar à terra devido à recusa de Roma em permitir o desembarque, apesar da existência de um acordo de seis países europeus (Espanha, França, Alemanha, Portugal, Luxemburgo e Romênia) para hospedá-los.

As emissoras de televisão italianas mostraram as imagens dos emigrantes descendo do navio, atracado no porto de Lampedusa, na noite desta terça.

Após uma inspeção da polícia judiciária com dois médicos, o promotor de Agrigento (Sicília), Luigi Patronaggio, decidiu que os resgatados deveriam ser desembarcados na pequena ilha siciliana, dada a situação tensa a bordo, apesar da informação de que o governo espanhol havia decidido enviar um navio militar para buscá-los.

A bordo do “Open Arms”, da ONG espanhola de mesmo nome, havia 147 migrantes quando chegou ao litoral italiano, que ficaram reduzidos a pouco mais de 80 após o desembarque de dezenas de menores de idade e doentes nos últimos dias.

Alguns dos migrantes estavan embarcados há 19 dias, igualando o recorde dos 32 estrangeiros resgatados pelo “SeaWatch3” e que desembarcaram em Malta em janeiro passado.

O navio patrulha espanhol “Audaz”, enviado por Madri, partiu às 18H30 locais (13h30 de Brasília) da base de Rota (sul), com 62 pessoas a bordo.

Após contato da AFP, o governo espanhol não informou se o barco enviado retornaria ao país ou por conta da decisaão da procuradoria italiana.