Papéis avulsos

A Embraer obteve bons resultados na Air Paris Show, feira bianual do setor realizada entre a segunda-feira 17 e o domingo 23. A fabricante de aviões fechou negócios que podem injetar cerca de US$ 5,5 bilhões ao seu caixa. O maior deles, fechado na quarta-feira 19, foi a venda de 35 aeronaves para a companhia aérea KLM por US$ 2,48 bilhões. O modelo encomendado foi o jato E195-E2, com capacidade para até 146 passageiros. Mas o pedido entra na fila de produção somente após a assinatura do contrato. Outro acordo prevê a venda de 39 jatos E175 para a americana United Airlines por US$ 1,9 bilhão com entregas no segundo trimestre de 2020. A Embraer também assinou com a japonesa Fuji Dream Airlines (FDA) para dois jatos E175 por US$ 97,2 milhões. A espanhola Binter também vai adquirir dois jatos E195-E2. Essas entregas são para 2019.

 

Energia

Aneel aprova reajustes para Copel e Energisa

A Aneel aprovou na terça-feira 18 o reajuste tarifário da paranaense Copel Distribuição e das subsidiárias da Energisa em Minas Gerais e em Nova Friburgo. No caso da Copel, o aumento médio será de 3,41% e entra em vigor no dia 24. Já os consumidores da Energisa terão tratamentos diferenciados. Os fluminenses pagarão 9,26%, a mais. Os mineiros, 6,73%. Ambos os reajustes valem a partir da sexta-feira, 22. No ano, as ações da Copel sobem 57,4% e as da Energisa, 23,4%.

 

Touro x Urso

A perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos fez o Índice Bovespa fechar acima de 100 mil pontos pela primeira vez. Em sua reunião, encerrada na quarta-feira 19, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) não só manteve os juros estáveis entre 2,25% e 2,5% ao ano como sinalizou que pode realizar um corte de taxas até o fim de 2019. O Banco Central Europeu pode fazer algo parecido.

 

Bancos

Banrisul acelera no estacionamento

O Banrisul concluiu, na quarta-feira 19, a associação com a holandesa OPnGO para a criação de uma empresa para permitir pagamentos automáticos em shopping centers. Ao lado de sua subsidiária Banrisul Cartões, criou a VeroGo para processar essas transações. Juntos, banco e processadora de cartões terão 49,99% da VeroGo. No ano, as ações PNB do banco sobem 6,9%.

 

Destaque no pregão

São Martinho busca energia no milharal

A produtora de etanol São Martinho está estudando construir sua primeira unidade para destilar combustível a partir do milho em vez da cana-de-açúcar. A empresa negocia incentivos fiscais com o Estado de Goiás para instalar o novo projeto em Quirinópolis, a 291 quilômetros de Goiânia, onde já está sua usina de etanol Boa Vista. O investimento será de R$ 350 milhões e prevê plantas industriais, armazenagem e capital de giro. A processadora terá capacidade para produção anual de até 200 mil metros cúbicos de etanol hidratado. “Admiramos o fato de que a São Martinho, um destaque positivo do setor em termos de alocação de capital, está mais uma vez sendo pioneira no que pode ser a próxima vertente de crescimento da indústria”, escrevem os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, do BTG Pactual, em relatório. As ações da São Martinho sobem 8,6% no ano.

Palavra do analista:
“Precisaremos confirmar algumas premissas quando o projeto for lançado oficialmente, como os benefícios de a nova planta ser anexa à usina Boa Vista, mas nossa primeira impressão é de que o retorno deve ser atraente”, escrevem os analistas do BTG Pactual.

 

Construção

Cyrela usa blockchain no cartório

A Cyrela realizou a primeira operação do mercado imobiliário local com a utilização do blockchain. A construtora fez uso da tecnologia para registrar a lavratura de uma escritura de compra e venda de um imóvel. A Cyrela contou com o apoio da startup Growth Tech, que permite a solicitação e o acompanhamento de serviços cartorários em ambiente virtual por meio da rede blockchain da IBM. As ações da Cyrela sobem 25,7% no ano.

 

 

Mercado em números

B3
R$ 6,8 bilhões – É o quanto movimentou o exercício de contratos de opções sobre ações, sendo R$ 5,6 bilhões em opções de compra e R$ 1,2 bilhão de venda

BANCO INTER
R$ 2 bilhões – É o montante que a instituição vai oferecer em crédito imobiliário pré-aprovado aos seus 2,2 milhões de correntistas digitais

RANDON
R$ 2 bilhões – Foi a receita líquida da empresa do setor de transporte de cargas de janeiro a maio, uma alta de 27,2% na comparação com igual período do ano passado

BRADESCO
R$ 1,4 bilhão – Será o montante a ser proposto para deliberação pelo Conselho de Administração no próximo dia 28 para o pagamento de Juros sobre Capital Próprio relativos ao 1° semestre de 2019

SANEPAR
R$ 174,1 milhões – Será o pagamento de Juros sobre Capital Próprio da empresa paranaense de saneamento, correspondente a R$ 0,32 por ação ordinária e R$ 0,35 por ação preferencial

 

Número da semana

1,4

É a expectativa de queda no Índice de Confiança da Indústria (ICI) em junho, comparadi a maio, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou a prévia do número na quarta-feira 19. Segundo a FGV, o Índice de Confiança de junho cairia para 95,8 pontos, ante os 97,2 registrados em maio. O resultado negativo do índice seria determinado tanto pela piora na percepção dos empresários quanto pelas perspectivas futuras dos negócios. Se confirmado, o indicador fará a confiança da indústria retornar ao nível de agosto de 2018. E será o menor índice registrado desde o início de 2019. A FGV também divulgou um resultado preliminar para o Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (Nuci). Para a Fundação, o Nuci de junho pode cair para 75,2%.

 

 

Entrevista da semana

“Como não há tendências claras, aproveitamos os exageros”

Jorge Ricca, gestor de fundos multimercados e de ações da BB DTVM

A melhoria, ao menos momentânea, na relação entre Executivo e Legislativo reacendeu a esperança do mercado em uma aprovação rápida da reforma da Previdência. Ainda não é o suficiente, no entanto, para restabelecer a confiança dos investidores em um desempenho positivo dos ativos por um período prolongado. Isso tem levado algumas gestoras, como a BB DTVM, a operar de maneira menos estrutural e mais tática, tirando proveito dos momentos de excesso de euforia ou de aversão ao risco, diz o gestor Jorge Ricca.

Como a BB DTVM tem navegado na volatilidade do mercado?
Como está difícil encontrar uma tendência mais clara, temos aproveitado os exageros. Quando a bolsa encosta nos 90 mil pontos, entendemos como uma boa oportunidade, já que compramos em um nível de preço que nos dá conforto de assumir o risco. Quando ela se aproxima dos 100 mil pontos, reduzimos a exposição. Temos atuado assim desde fevereiro e vemos conseguindo tirar bom proveito dos movimentos do mercado.

Ainda falta confiança para apostar de maneira mais contundente na bolsa?
Temos debatido se vale a pena uma estratégia tendo como base uma visão mais construtiva para o mercado acionário. Ainda não temos uma opinião totalmente formada, mas se a melhoria que vimos recentemente em Brasília prosseguir, poderemos adotar um posicionamento mais estrutural, mesmo pela falta de oportunidades na renda fixa.

Com a queda recente dos prêmios, a curva de juros não atrai?
Após o fechamento das últimas semanas é um segmento que não oferece grandes oportunidades. Por isso temos procurado tirar proveito de distorções em outros mercados.

Além da bolsa, em quais outros mercados a BB DTVM tem se aproveitado dos exageros?
Temos operado dessa maneira também no mercado de câmbio. Quando ultrapassa R$ 4 vendemos, e compramos por volta dos R$ 3,85 a R$ 3,90.