Papéis avulsos

A Embraer e a Weg anunciaram na quarta-feira 29 um acordo de cooperação científica. O objetivo é desenvolver novas tecnologias e soluções para viabilizar a propulsão elétrica em aeronaves. Segundo a Embraer, o processo faz parte de um conjunto de esforços que visam atender os compromissos do setor aeronáutico de sustentabilidade ambiental, a exemplo do que já vem sendo feito com bicombustíveis para redução de emissões de carbono. “Os avanços das pesquisas científicas podem tornar a energia limpa e renovável num importante viabilizador de uma nova era da mobilidade aérea urbana e regional mais acessível à população”, afirmou Daniel Moczydlower, vice-presidente de engenharia e tecnologia da Embraer. Será utilizada uma aeronave de pequeno porte monomotor que realizará a avaliação primária da tecnologia de eletrificação. O primeiro vôo do demonstrador movido a energia elétrica está previsto para 2020.

 

Infraestrutura

Energias BR adquire linhas de transmissão

A EDP – Energias do Brasil adquiriu junto a CEE Power e Brafer a Litoral Sul Transmissora de Energia (LSTE), que arrematou em abril de 2016 um lote de linhas de transmissão em Santa Cataria e no Rio Grande do Sul. O lote é composto por duas subestações e 142 km de extensão de linha. O projeto está dividido em dois trechos, sendo um em Santa Catarina, que já possui licença de instalação, e o outro entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O investimento total é de R$ 407 milhões. No ano as ações da EDP sobem 36,7%.

 

Petroquímica

Braskem fecha novo acordo por participação na Lava Jato

A Braskem informou na segunda-feira 27 que aprovou a assinatura de um acordo de leniência com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União (AGU) relacionado à sua participação em eventos investigados pela Lava Jato. A companhia, que tem como controladoras a Petrobras e a Odebrecht, vai pagar R$ 410 milhões em duas parcelas em 2024 e 2025. Em 2016 a Braskem já havia fechado acordo semelhante com autoridades brasileiras, americanas e suíças no valor de R$ 3,1 bilhões. As ações da empresa recuam 11% no ano.

 

Finanças

Dívida das empresas brasileiras de capital aberto ultrapassa R$ 900 bilhões

O volume total das dívidas de 240 empresas não financeiras de capital aberto alcançou
R$ 909 bilhões no fim do primeiro trimestre de 2019, o maior já registrado na série histórica, segundo levantamento da Economatica. O montante não considera a dívida de R$ 413 bilhões da Petrobras, a mais endividada entre as empresas da bolsa, que distorceria o estudo. Em dezembro de 2010 o endividamento das empresas da amostra era de R$ 421,6 bilhões.

 

Touro x Urso

Empolgados com os protestos de domingo 26 que levaram brasileiros às ruas em defesa do governo e da reforma da previdência, os investidores renovaram a esperança na evolução rápida do ajuste fiscal. Com isso, após ter ficado alguns dias sem tendência definida, o Ibovespa subiu mais de 1% nos dois pregões seguintes às manifestações, o que o levou aos 96 mil pontos.

 

Destaque no pregão

Cielo muda para enfrentar concorrência

A adquirente de cartões Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco, anunciou na sexta-feira 24 que o percentual de lucro distribuído aos acionistas em forma de dividendos, que girava entre 70% a 100% do lucro líquido, vai cair para 30% a partir do segundo trimestre de 2019. Além disso, a empresa presidida por Paulo Caffarelli também optou por não se comprometer mais com a projeção de lucro entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,6 bilhões, que havia sido anunciada no inicio do ano. “Tais decisões refletem o ambiente competitivo no qual a Cielo está inserida e que tem se tornado mais acirrado ao longo dos últimos meses em face de ações anunciadas e implementadas por outras companhias do setor”, informou a empresa no fato relevante. As ações da companhia recuam 18,2% no ano.

Palavra do analista
Após o anúncio a XP reduziu em 30%, de R$ 10 para R$ 7 o preço alvo para as ações da Cielo nos próximos 12 meses. Na terça-feira 28 a ação valia R$ 7,06. “As tendências deterioraram-se mais rápido do que o esperado e revelaram a fragilidade do negócio no Brasil”, escreveram os especialistas em relatório.

 

 

Mercado em números

MOVIDA
R$ 700 milhões – Foi o montante aprovado pelo conselho de administração da empresa de aluguel de carros a ser captado por meio da emissão de debêntures. Os recursos vão financiar a renovação e expansão da frota dos veículos

NOTRE DAME INTERMÉDICA
R$ 80 milhões – Foi o valor que a operadora de saúde pagou para adquirir a Belo Dente Odontologia, localizada na capital de Minas Gerais com uma carteira de aproximadamente 350 mil beneficiários

BR MALLS
R$ 72,5 milhões – Foi o preço pago pela administradora de shoppings centers para adquirir 15% do Shopping Del Rey, em Belo Horizonte, do qual já tinha uma participação de 65%

FERBASA
R$ 26,8 milhões – É o montante que a Cia de Ferro Ligas da Bahia vai distribuir em juros sobre o capital próprio aos seus acionistas, o que corresponde a R$ 0,29 por ação ordinária e a R$ 0,32 por preferencial

BANCO DO BRASIL
R$ 3,27 milhões – Foi o montante que a subsidiaria do banco BB-BI recebeu pela venda de sua participação de 12,08% na Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) à seguradora Coface

 

Número da semana

R$ 3,3 trilhões

Foi o saldo das operações de crédito do sistema financeiro nacional (SFN) em abril, mantendo-se estável em relação a março, segundo dados divulgados na quarta-feira 29 pelo Banco Central (BC). As operações com pessoas físicas (saldo de R$ 1,8 trilhão) cresceram 0,8%, enquanto ocorreu redução de 1,1% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 1,4 trilhão). No acumulado dos últimos doze meses houve expansão de 5,4% no saldo total, de 9,5% no crédito às famílias e de 0,6% nas operações com empresas. As concessões de crédito somaram R$ 329 bilhões em abril, expansão de 2,5% no mês, com dois dias úteis a mais que março. No acumulado do ano, comparativamente ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 9,9% (11,3% para pessoas físicas e 8% para pessoas jurídicas). A taxa média de juros das operações permaneceu estável em 25,3% ao ano, acumulando declínio de 0,4 ponto percentual na comparação com 2018

 

 

Entrevista da semana

“Aonde houver deficiência na oferta de crédito nós queremos atuar”

Carlos Maggioli, CEO da Quasar Asset Management

Ao perceber, em meados de 2015, o potencial que o mercado de capitais poderia ter como agente de desintermediação financeira, Carlos Maggioli saiu do Itaú BBA e criou a Quasar Asset Management. Diferentemente das gestoras de crédito tradicionais no país, a Quasar não apenas compra emissões que vem ao mercado por meio de securitizações bancárias. Ela própria oferece o crédito aos tomadores. O objetivo com isso é oferecer recursos para empresas que hoje não são atendidas pelo sistema financeiro e também reduzir o custo da transação. Quanto menor a intermediação, menos gente envolvida na operação e mais baixo o custo para o tomador.

Qual a visão da Quasar para o mercado de crédito?
Apostamos fortemente no protagonismo do mercado de capitais na concessão de crédito. O segmento está muito concentrado nos grandes bancos, e uma mudança é necessária. Aonde houver deficiência na oferta de crédito nós queremos atuar.

Como tem sido a atuação da gestora?
Temos uma empresa verticalizada, que atua desde a originação do crédito, passando pela estruturação, avaliação até o monitoramento. Além disso, iniciamos na semana passada o serviço voltado para o varejo de antecipação de recebíveis por meio de uma fintech própria, o que reduz o risco de crédito e também de fraude.

Quais os principais setores de atuação da Quasar?
Atuamos no segmento imobiliário, no agronegócio, e recentemente contratamos o Alberto Zoffmann para atuar também na infraestrutura, principalmente em energia e saneamento.

Qual o tamanho da gestora atualmente?
Temos aproximadamente R$ 4 bilhões sob gestão. Desse total, cerca de 20% corresponde a operações em que nós mesmo fizemos a originação do crédito. Acredito que no próximo ano as originações próprias vão corresponder a cerca de 50% da nossa carteira.