Pela primeira vez, a embaixada da Rússia em Israel celebrará, nesta quinta-feira (14), a festa nacional em Jerusalém, em vez de Tel Aviv – informou um porta-voz, em um contexto de tensão sobre o estatuto diplomático da Cidade Santa.

A celebração, com a presença anunciada do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alinha-se com o reconhecimento por parte de Moscou de Jerusalém Ocidental como capital de Israel, afirmou o porta-voz da embaixada, Dmitri Alushkin.

Este reconhecimento é distinto do que, em 6 de dezembro, anunciou os Estados Unidos, rompendo com décadas de consenso internacional.

Nessa data, o presidente Donald Trump anunciou o reconhecimento, por parte dos EUA, de Jerusalém como capital de Israel, sem distinguir entre o Oriente, majoritariamente judeu, e o Ocidente, majoritariamente palestino.

A decisão americana alegrou os israelenses, mas causou grande reprovação internacional e indignou os palestinos, que reivindicam Jerusalém Oriental como capital do estado a que aspiram fundar.

Em 2017, o Ministério russo das Relações Exteriores informou que a Federação Russa considerava “Jerusalém Ocidental como a capital de Israel”. Ao mesmo tempo, lembrou que Moscou apoia os “princípios aprovados pela ONU para um acordo entre israelenses e palestinos, que inclui o status de Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado palestino”.

Israel, que se apoderou de Jerusalém Oriental em 1967 e o anexou, considera toda cidade como sua capital “eterna” e “indivisível”.

A embaixada russa fica em Tel Aviv, e era nessa cidade que os russos celebravam, até agora, a festa nacional que marca a fundação da Federação Russa. Este ano, porém, a Rússia decidiu organizar suas celebrações em Jerusalém Ocidental, na Missão São Sérgio, propriedade de Moscou no bairro russo da cidade.