Em uma semana marcada por liquidez moderada no mercado de juros, as taxas abriram estáveis nesta quarta-feira, 17, e depois passaram a exibir leve viés de alta. O dólar em queda ante o real não chega a influenciar nem as taxas longas. O momento é de cautela do estrangeiro no segmento de juros, visto que esse investidor tem aumentado a posição comprada em taxa. No exterior, o dólar também cai mas diante do receio de uma desaceleração econômica global mais forte que o esperado porque o presidente americano, Donald Trump, voltou a fazer ameaças à China e, consequentemente, ao comércio global. Ele disse que ainda há “um longo caminho pela frente” até um acordo comercial, o que gerou preocupação em um ambiente de crescimento econômico já combalido.

No mercado de juros futuros, o estrangeiro tem adotado uma postura mais cautelosa que a do investidor nacional. Desde o dia 8 de julho, passaram a assumir posição comprada em taxa. Na terça, os investidores não residentes ampliaram ainda mais a posição comprada em taxa (aposta na alta). Segundo dados atualizados da B3, a posição líquida comprada em taxa atingiu 466.668 contratos em aberto na terça, a partir do acréscimo de 96.806 contratos em relação ao dia anterior (369.862 contratos). Como mostrou reportagem de terça do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, esse movimento mostra que “a postura dos investidores estrangeiros no mercado de juros indica cautela mesmo com o cenário atual do País, que inclui aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados, reforço nas apostas de corte da Selic e anúncios de estímulos econômicos adicionais para a atividade econômica fraca”. Na terça-feira, as taxas de juros futuros encerraram a sessão em alta, passando a precificar 59% de chance de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic na reunião de julho, segundo levantamento da gestora Quantitas.

Às 10h48, o DI para janeiro de 2023 estava na máxima a 6,41% ante 6,37% no ajuste de terça. O DI para janeiro de 2021 exibia 5,59% ante 5,56% no ajuste de terça.

O noticiário de Brasília nesta quarta-feira pode ser novamente fraco, visto que o recesso parlamentar começa já nesta quinta. Do governo, é aguardada alguma novidade formal sobre a liberação do FGTS para a população. Segundo reportagem do Broadcast/Estadão, o Ministério da Economia deve permitir que os trabalhadores saquem até 35% dos recursos de suas contas ativas (dos contratos de trabalho atuais). Quanto maior o saldo disponível, menor será o porcentual que o trabalhador poderá retirar. A expectativa do governo é que a medida injete até R$ 42 bilhões na economia.

Nesta quarta, a Fipe divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,10% na segunda quadrissemana de julho, desacelerando em relação à alta de 0,17% verificada na primeira quadrissemana deste mês. Também nesta quarta, a FGV divulgou que a aceleração do IPC-S aconteceu em seis das sete capitais analisadas na passagem da primeira para a segunda quadrissemana de julho. No período, o indicador avançou de 0,05% para 0,14%.