A primeira visita do subprocurador Augusto Aras, indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Senado após a indicação foi no gabinete de um governista: Izalci Lucas (PSDB-DF). Pendente de uma sabatina e do voto dos parlamentares, Aras pretende visitar todos os 81 senadores.

De Izalci Lucas, vice-líder do governo na Casa, o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para comandar o Ministério Público ouviu uma defesa enfática contra a “interferência exagerada” da instituição no Poder Executivo e ao estrelismo – perfil criticado por Bolsonaro – de procuradores.

“Me preocupa muito essas exposições da Justiça, do Ministério Público. As coisas deveriam ser trabalhadas apenas no processo. Essa exposição direta tem prejudicado muito, falei um monte de coisa para ele nessa linha”, relatou o senador à reportagem.

Izalci Lucas declarou que Aras está preparado para o cargo e que conquistou seu voto no Senado. “Não pode fazer o que está acontecendo hoje. O País está parado, muitas vezes, por excesso de interferência. Senti que ele tem todas as condições para fazer um bom trabalho independente. Não tem nada de estar ligado com Bolsonaro.”

Aras chegou ao Senado sorridente e não quis dar declarações à imprensa. Depois de conversar com o senador tucano, foi ao gabinete de Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que não estava no local, e saiu por uma porta aos fundos do gabinete. O subprocurador foi recebido pelo filho do senador e líder do mesmo partido na Câmara, Jhonatan de Jesus (RR).

Por telefone, foi parabenizado por Mecias de Jesus e combinou de repetir a visita na semana que vem, desta vez com o senador presente. “O fato de ele ser indicado fora da lista (tríplice eleita pela corporação) mostrou ainda mais preparo para que ele possa exercer esse cargo”, declarou o deputado após a conversa.