O governador de Pernambuco e candidato à reeleição, Paulo Câmara (PSB), e o postulante do PTB ao Palácio do Campo das Princesas, Armando Monteiro, que polarizam a disputa eleitoral pelo Executivo no Estado, trocaram acusações nesta terça-feira, 25, durante o primeiro debate na televisão realizado no Recife, promovido pela TV Jornal, afiliada do SBT. Após o embate, os candidatos, saíram do estúdio sem se cumprimentar.

O embate entre os dois candidatos começou já no primeiro bloco, quando Câmara perguntou a Monteiro se ele é favorável ao fim dos 30 dias consecutivos de férias, ao trabalho de mulheres grávidas em locais insalubres e à remuneração abaixo salário mínimo – pontos da reforma trabalhista, segundo o governador, apoiada pelo petebista.

Monteiro respondeu chamando Câmara de “exterminador de empregos, por incompetência de tocar as obras paradas em Pernambuco, muitas delas com dinheiro federal (que entra) na conta do Estado” e disse que o governador também defende reforma trabalhista. Câmara revidou tentando colar no adversário o rótulo de “turma do Temer” e afirmando que sempre foi contra as reformas aprovadas do presidente.

“Paulo muda ao sabor das circunstâncias. É verdadeiramente um camaleão”, disse Monteiro.

Ao comentar a resposta de jornalistas à candidata Dani Portela (PSOL) sobre cargos comissionados, o petebista disse que havia muitos ex-prefeitos aliados empregados no governo de Câmara recebendo sem trabalhar. A acusação gerou um pedido de direito de resposta por parte do governador, que foi concedido pela organização do debate.

“Primeiro, a gente tem que ter respeito aos demais candidatos, infelizmente, o candidato Armando tanto aqui no debate quanto (na propaganda eleitoral) na televisão não tem nos respeitado. Pernambuco tem o conjunto de cargos comissionados muito enxuto, menos 1% da nossa folha de pagamento é representado por esses cargos”, disse o governador.

Nas outras duas oportunidades que Câmara teve para direcionar a pergunta com tema livre, optou por questionar Maurício Rands (PROS) e Dani Portela. Já Monteiro manteve sua estratégia de atacar o governador, a quem também acusou de “não gostar de pagar” fornecedores e prestadores de serviço.

“Armando quer pregar mentiras para confundir o eleitor pernambucano. Ele está partindo para tudo, para a agressão, para a baixaria, porque ele está desesperado”, declarou Câmara após o debate. “Não é possível admitir um debate que se passe em cima da mentira. Vamos fazer um debate honesto, aí sim ganham todos”, afirmou Monteiro.