O dólar se fortaleceu em geral nesta quinta-feira, 18, recuperando-se após mostrar fraqueza na sessão anterior, diante das incertezas políticas nos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 111,47 ienes e o euro recuava a US$ 1,1110.

O dólar registrou baixa considerável na quarta-feira, praticamente zerando o rali ocorrido após a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. A turbulência política com o governo Trump e a possibilidade de que isso comprometa a agenda econômica afetaram as decisões de ontem nos mercados. A notícia de que Trump teria compartilhado informações secretas com autoridades da Rússia e também de que teria pedido que o então diretor do FBI James Comey arquivasse uma investigação contra o ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn geraram cautela. Hoje, porém, esse movimento perdeu força, embora as questões de Washington sigam no radar.

Estrategista de câmbio do Jefferies Group, Brad Bechtel afirmou que a cautela política tira o foco das políticas econômicas que o governo tenta aprovar. Ainda assim, Bechtel prevê que o dólar possa avançar mais nos próximos meses, conforme o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) caminha para elevar os juros. “Não se pode ignorar o fato de que o Fed está conduzindo um aperto e que a economia dos EUA está se saindo bem”, afirmou o estrategista. “No fim das contas, o dólar continuará a subir.”

Várias moedas emergentes e commodities recuaram nesta quinta-feira. As preocupações políticas globais, inclusive com a crise no Brasil, reduziram a demanda por ativos de mais risco. O dólar subiu ante o real, o rublo russo, o rand sul-africano e a lira turca.

A libra, por sua vez, registrou uma sessão volátil, um dia após a divulgação de números mais fortes do que o esperado de vendas no varejo.