A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta sexta-feira, 17, a oitava fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de prender 32 investigados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e depredadas. Agentes ainda vasculham 46 endereços de nove Estados e do Distrito Federal.

Entre os alvos da nova etapa ostensiva das investigações está uma mulher apontada como responsável por pichar a estátua da Justiça localizada em frente ao Supremo Tribunal com a frase ‘perdeu, mané’. A inscrição faz referência à resposta do ministro Luís Roberto Barroso a bolsonaristas que o hostilizaram durante viagem aos Estados Unidos.

Ela foi alvo de mandado de prisão, assim como um homem apontado como responsável por levar, da Câmara dos Deputados, a bola assinada pelo jogador Neymar.

É a maior etapa ostensiva do inquérito, em volume de mandados.

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As ordens de prisão e autorizações de busca e apreensão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação acontece simultaneamente nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo e no Distrito Federal.

Os investigados podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Relembre as fases da Operação Lesa Pátria

A primeira fase da Operação Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles ‘Ramiro dos Caminhoneiros’, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio.

Na segunda etapa da força-tarefa, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.

A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em um vídeo que ia ‘pegar o Xandão’. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na mesma etapa.

No dia 3 de fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da investigação e prendeu o empresário conhecido como Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como ‘Homem do Tempo’, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.

Na quinta etapa da operação, quatro oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal foram presos suspeitos de convivência com os bolsonaristas radicais que invadiram os prédios do Planalto, Congresso e STF. Um deles é o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, que era chefe do Departamento Operacional da corporação, setor responsável pelo planejamento da operação de segurança para o 8 de janeiro. Ele estava de licença no dia do ataque e foi afastado do cargo pelo então interventor federal Ricardo Cappelli.

A sexta fase da ofensiva foi aberta no último dia 14 e prendeu preventivamente seis radicais, além de vasculhar 13 endereços de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.

A sétima fase foi no dia 7 de março e prendeu três radicais: Edmar Miguel, o ‘Miguel da Laranja’ que se filmou subindo no teto do Congresso nacional durante a ofensiva antidemocrática; Kennedy de Oliveira Alves, que fez um vídeo enquanto invadia o prédio do Supremo Tribunal Federal; e a Aline Cristina Monteiro Roque, que também se gravou invadindo a Praça dos Três Poderes durante os atos golpistas.