O número de candidatos a cargos públicos em 2018 em Minas Gerais, o segundo Estado em votos no País, é o maior desde o retorno das eleições diretas para governador, em 1982. O total de partidos nas urnas também é recorde para o período.

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) recebeu até esta quarta-feira, 15, data final para o pedido de registro de candidatura, 2.217 solicitações. Os totais imediatamente anteriores, de 2014 e 2010, eram, respectivamente, de 1.943 e 1.790 pedidos. O número de legendas na disputa este ano é de 31, ante 28 em 2014. Em 1982, eram quatro.

Minas tem hoje um dos cenários mais inusitados da política nacional, com personagens de escândalos disputando as eleições. O senador Aécio Neves (PSDB), investigado na Operação Lava Jato e flagrado em conversa telefônica com o empresário Joesley Batista, é candidato a deputado federal. Aécio governou o Estado por duas vezes.

Também investigado, mas na Operação Acrônimo, o governador Fernando Pimentel (PT) disputa a reeleição. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que sofreu impeachment em 2016, briga por vaga ao Senado.

Desinteresse

Eleições suplementares para prefeito realizadas em junho em três cidades de Minas dão mostra do desinteresse do eleitor em ir às urnas. Na maior cidade, Ipatinga, no Vale do Aço, votaram 68,29% eleitores de um total de aproximadamente 180 mil. Houve ainda 5% de votos em branco e 17% de nulos.

Na menor, Pocrane, no Vale do Rio Doce, com 5,5 mil eleitores, o comparecimento foi de 76%, com 1,3% de votos em branco e 5,2% de nulos. Já em Guanhães, também no Rio Doce, com 16,6 mil eleitores, o comparecimento foi de 68%, com 3,5% de votos em branco e 8,7% de nulos. Nas eleições para presidente, governador, senador e deputados, em 2014, o comparecimento às urnas no Estado foi de 79,98% no primeiro turno.

No sentido inverso, o número de partidos que participam do pleito no Estado em poucos momentos se reduziu, na comparação com as eleições imediatamente anteriores, desde o começo da abertura política. Começou com PMDB, PDS, PT e PDT em 1982, foi para 15 em 1986; 22 em 1990; 18 em 1994; 26 em 1998; 21 em 2002; 25 em 2006; 27 em 2010, e 28 em 2014, três as mais que as legendas na disputa de 2018.

Corrida

Os dados do TRE-MG, disponíveis por completo a partir de 1994, mostram que os registros que mais crescem ao longo dos anos é para as eleições proporcionais. A briga é mais intensa por vagas na Câmara dos Deputados, que passaram de 328 pedidos de registro naquele ano para 849 em 2018. Minas Gerais tem 53 assentos na Casa. A disputa por vaga na Assembleia Legislativa também vem se acirrando, passando de 718 para 1.305 pedidos de registro no período. O parlamento mineiro tem 77 deputados.

O número de candidatos nas eleições majoritárias no Estado se mantém em patamares parecidos. Em 1994, foram oito candidatos ao governo e 12 ao Senado (disputa por duas vagas). Em 2014, foram lançados oito nomes ao Palácio Tiradentes e oito ao Senado (disputa por uma vaga). Este ano, o total é de 9 candidatos ao governo e 15 ao Senado (disputa por duas vagas).