O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse não esperar que haja mudanças na nota de rating do Brasil por causa da mudança de metas. “Temos explicado para as agências de rating os motivos da mudança e uma das agências mais importantes deve divulgar ainda nesta terça-feira, 15, uma nova avaliação. Mas nossa expectativa é que não haja mudança no rating”, respondeu.

Logo depois, a agência S&P afirmou o rating do Brasil em BB e manteve em observação para possível rebaixamento. Em comunicado, a agência manteve tanto a nota como a perspectiva negativa anteriores à mudança e metas. A S&P informou ainda que a economia brasileira parece ter se estabilizado apesar das questões políticas, mas que a perspectiva negativa reflete justamente os desafios políticos do país.

Meirelles repetiu que a alteração das metas fiscais para 2017 e 2018 não é resultado de aumento das despesas, como já foi muitas vezes, mas sim de uma queda na arrecadação decorrente de uma inflação menor. “Há um ano, nem o mercado nem o BC previam uma inflação abaixo da meta em 2017”, afirmou. “E devido às restrições de ordem legal, não se podem cortar despesas obrigatórias”, completou o ministro.

Questionado sobre como o Congresso receberá a proposta de mudança de meta, o ministro disse que as lideranças estão convencidas da necessidade de alteração. “Num primeiro momento, todos são contra mudança de metas, eu também. Mas todos somos responsáveis e realistas e consideramos que revisão decorre da mudança na inflação”, alegou.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, confirmou ainda que, com a ampliação da meta de 2017 em R$ 20 bilhões, será possível realizar um descontingenciamento de R$ 8 bilhões no Orçamento deste ano.