Manifestantes ocuparam, neste sábado, 2, a Esplanada dos Ministérios para cobrar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Com a presença majoritária de partidos de esquerda e centro-esquerda, o protesto teve como alvo também a proposta de reforma administrativa que está sendo discutida no Congresso e enfrenta a resistência da oposição e dos sindicatos alinhados a ela.

A manifestação teve uma presença de público bastante expressiva e uso de símbolos e bandeiras de partidos e sindicatos. A Polícia Militar não informou sua estimativa de número de pessoas, mas os manifestantes chegaram a ocupar todo o lado direito da pista da Esplanada, entre o Congresso e a Biblioteca Nacional, distantes 1,7 quilômetros, na marcha realizada pelos organizadores do evento. Apesar disso, havia menos gente do que na manifestação organizada pelos bolsonaristas no Dia da Independência.

Os protestos deste sábado reforçaram ainda as queixas contra a disparada da inflação. Infláveis reproduziam botijões de gás, protestando contra a elevação do seu custo. Outro boneco gigante representava Bolsonaro, responsabilizado pelas quase 600 mil mortes causadas pela pandemia do coronavírus. Outros infláveis mostravam a imagem do ministro da Economia, Paulo Guedes, num pacote de arroz, item da cesta básica que também pesou na inflação.

Por causa da presença ostensiva de sindicatos de servidores na capital, a proposta de reforma administrativa acabou sendo um dos maiores alvos da crítica da oposição a Bolsonaro. Com os carros de som ocupados quase na sua totalidade por políticos locais de partidos de esquerda e centro-esquerda, como PT, PSB, PDT, PSOL, PV, PCdoB, Rede, Solidariedade e Cidadania, entre outros, a oposição ao projeto foi tema recorrente.

Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, o deputado federal Professor Israel (PV-DF) discursou criticando a proposta. Mas o deputado fez questão de celebrar a presença significativa de pessoas na manifestação. “Eu vim. Porque um verdadeiro patriota vai às ruas lutar contra o desmonte do serviço público, defender a democracia e a educação. Um patriota não dissemina ódio contra seu povo”, afirmou o verde.