Em assembleia na noite desta quinta-feira, 29, os metroviários decidiram não participar da greve geral nesta sexta-feira, 30. A decisão é mais uma baixa importante na greve geral contra a reforma trabalhista marcada para amanhã. Motoristas de ônibus e ferroviários também não vão participar da paralisação.

O sindicato de bancários de São Paulo e Osasco decidiu parar, assim como professores das redes particular e pública. Centrais sindicais programaram atos na capital e no interior.

A Força Sindical vai reunir trabalhadores às 11 horas em frente à Superintendência Regional do Trabalho, na Rua Martins Fontes, no centro de São Paulo. “É natural que a mobilização seja menor agora que a reforma trabalhista está no centro da discussão. A reforma da Previdência atinge muito mais pessoas, só metade da população economicamente ativa do País está na CLT”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força.

Segundo ele, depois de duas grandes mobilizações – a greve geral de 28 de abril e a marcha em Brasília, em 24 de maio -, as principais categorias estão sendo pressionadas pelo Ministério Público, com possibilidade de multa, a não fazerem greve.

Nesta quinta-feira, 29, a 12.ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo estabeleceu multa diária de R$ 1 milhão para cada sindicato casos os trabalhadores de empresas de transportes coletivos da capital fizessem paralisação total ou parcial.

A CUT programou um ato na frente do Masp, na Avenida Paulista, às 16 horas, de onde os manifestantes devem seguir até a prefeitura – na pauta dos protestos também estão as privatizações anunciadas pelo prefeito João Doria. O presidente da CUT no Estado, Douglas Izzo, diz que serão 20 grandes atos na capital e no interior. Segundo ele, como estratégia para esvaziar o movimento dos sindicatos, o governo tem mobilizado a Justiça contra as paralisações.

Filiados à União Geral dos Trabalhadores (UGT), os motoristas de ônibus da capital devem trabalhar normalmente, assim como os ferroviários. A UGT programou atos em diferentes pontos do centro e, ao meio dia, vai se juntar ao movimento na frente da Superintendência Regional do Trabalho.

O presidente da entidade, Ricardo Patah, acredita que quando a reforma previdenciária voltar a ser discutida no Congresso haverá adesão maior dos trabalhadores ao movimento grevista. “Não houve uma sensibilização das categorias sobre a reforma trabalhista. Mobilizamos os sindicatos, mas sem conotação de greve.”

O sindicato dos aeroviários fará manifestação no Aeroporto de Congonhas, entre 8h30 e 10h. Indicativo da baixa adesão, os metalúrgicos do ABC não programaram paralisação. Está previsto um ato, às 9h, na frente da sede do sindicato, em São Bernardo, e, na hora, os trabalhadores vão decidir se farão uma caminhada ou se voltam ao trabalho.