A cobertura de vacina no mundo estagnou de forma perigosa. Em diversos países, perdeu-se o hábito de imunizar crianças e adolescentes. Só no ano de 2018, 20 milhões de menores não foram vacinados contra tétano, difteria e sarampo, de acordo com o Relatório Anual sobre Imunização, elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela UNICEF, que foi divulgado na segunda-feira 15. No mundo, a porcentagem de cobertura está em 86%, um ponto percentual acima do visto em 2017. Os números ainda estão distantes, no entanto, das pretensões da UNICEF, que pretende elevar a taxa de cobertura para 95% da população global. Hoje, boa parte das crianças não imunizadas vivem em países pobres e em guerra, como Afeganistão, Chade, Etiópia, Haiti, Iraque, Nigéria, Paquistão e República Democrática do Congo. O sarampo é a doença que mais causa preocupação. Países que haviam alcançado uma bem-sucedida porcentagem de cobertura de 90% recuaram ao menos dez pontos percentuais nos últimos anos. O desleixo e a complacência são as principais causas para a redução desses índices.

(Nota publicada na Edição 1130 da Revista Dinheiro)