O bilionário Elon Musk, novo dono do Twitter, defendeu que a plataforma adote uma política de liberdade de expressão que decepcione “igualmente” a extrema direita e a extrema esquerda, indicando que, sob sua gestão, a rede social deve reduzir a frequência de remoção de publicações.

“Para que o Twitter mereça a confiança do público, ele deve ser politicamente neutro, o que efetivamente significa decepcionar a extrema direita e a extrema esquerda igualmente”, publicou Musk nesta quarta-feira, 27.

O empresário usou como exemplo o Truth Social, aplicativo que foi lançado pelo ex-presidente americano Donald Trump após ele ser suspenso da rede do pássaro azul, para justificar as mudanças que pretende implementar na plataforma. Segundo Musk, a empresa concorrente só existe porque o Twitter “censurou a liberdade de expressão”.

No Brasil, apoiadores e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) reclamam que as políticas do Twitter contra desinformação e discurso de ódio diminuem o alcance de suas postagens. Esta semana, após a compra da plataforma pelo bilionário sul-africano, houve um movimento de perfis bolsonaristas alegando aumento de engajamento e comemorando o fim da “censura” na rede social.

O próprio presidente Bolsonaro já teve publicações suas removidas – em 2020, dois tuítes do chefe do Executivo sobre a pandemia de covid-19 foram retirados do ar. O mesmo já aconteceu com apoiadores do governo, como o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o pastor Silas Malafaia.

Em nota por ocasião da compra da plataforma, Elon Musk reforçou que uma de suas prioridades para a empresa é aumentar os limites da liberdade de expressão.