Papéis avulsos

A disputa pela Eletropaulo, atualmente controlada pela AES, se acirrou. Há tempos, os controladores americanos querem sair da distribuidora paulistana. Porém, na semana passada, os candidatos à compra resolveram elevar suas apostas. Até então, a interessada com mais apetite era a Neoenergia. Na segunda-feira 16, a empresa de capital espanhol, que opera na Bahia, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, propôs pagar R$ 25,51 por ação da Eletropaulo, um prêmio de 16% em relação às cotações em bolsa. Menos de 24 horas depois, a Enel fez novo lance. A empresa italiana, que atua no Rio de Janeiro, no Ceará e em Goiás, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) na qual se propõe a pagar R$ 28 por ação, valor 9,7% superior à proposta da Neoenergia. A companhia italiana se compromete, ainda, a investir R$ 1 bilhão a mais na Eletropaulo se ganhar a disputa. O leilão elevou o valor da ação em 23,8% ao fim do pregão da terça-feira 17. Procurada, a Eletropaulo informou que está avaliando as propostas e deve divulgar uma decisão em 15 dias.

 

Alimentos

M.Dias Branco aprova Piraquê

A cearense M. Dias Branco, uma das líderes do mercado de massas e biscoitos no Brasil, aprovou a aquisição da empresa carioca de massas e biscoitos Piraquê. O negócio de R$ 1,5 bilhão, que havia sido anunciado no fim de janeiro, foi a maior transação da história no segmento de biscoitos no Brasil. A aquisição visa a acelerar os planos de expansão da empresa nordestina nas regiões Sul e Sudeste. Operando tradicionalmente com baixa alavancagem e voltada aos segmentos mais populares, a M. Dias Branco vem ampliando seu portfólio, e hoje possui 18 marcas, entre elas Adria e Estrela. As ações caem 13,3% no ano.

 

Quem vai lá

CVC, B2W e Gol no Ibovespa

As ações da empresa de turismo CVC devem passar a integrar a nova carteira teórica do Índice Bovespa. A varejista online B2W e a companhia aérea Gol também devem entrar para a lista, que terá 66 papéis de 63 empresas. No sentido contrário, as ações da Marfrig vão deixar o índice.

 

Varejo

Natura supera Unilever no Brasil

A Natura &Co, que detém as marcas Natura, Aesop e The Body Shop, encerrou 2017 com participação de 11,7% no mercado de cosméticos do Brasil e recuperou a liderança ao ultrapassar a anglo-holandesa Unilever, que ficou com 11,1%, segundo a consultoria Euromonitor. O setor movimentou R$ 102,4 bilhões no País no ano passado. Segundo Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a conclusão da compra da britânica The Body Shop, em setembro do ano passado, contribuiu para a Natura, presidida por João Paulo Ferreira, retomar a liderança. “Houve também aumento da produtividade das vendedoras e da presença dos produtos em lojas físicas”, diz Suzaki. No ano, as ações caem 1,9%.

 

Touro x Urso

A diminuição temporária da tensão entre Estados Unidos e China em relação à disputa comercial refletiu-se nos mercados em todo o mundo. Com a trégua, as bolsas compensaram as perdas recentes. No mercado brasileiro, o principal índice da B3 recuperou, na terça-feira, o patamar dos 84 mil pontos, mesmo em meio às incertezas políticas. No ano, o Ibovespa acumula ganhos de 10%.

 

Destaque no pregão

EZTec aumenta vendas em 18% no 1º trimestre

A EZTec, incorporadora especializada em imóveis residenciais de médio e alto padrão, divulgou, na segunda-feira 16, a sua prévia operacional entre janeiro e março deste ano. As vendas líquidas foram de R$ 121 milhões, alta de 18% em relação ao período anterior. É o melhor resultado em 11 trimestres, sem considerar a venda do edifício comerciais EZ Towers no ano passado, por R$ 650,3 milhões. Por outro lado, apenas 6,6% das unidades em estoque foram comercializadas no período. Caso esse ritmo se mantenha, a companhia levaria 15 trimestres para zerar o estoque. Analistas apontam, no entanto, que a companhia, presidida por Sílvio Zarzur, conta com uma gestão eficaz e seu endividamento é baixo, o que é uma vantagem importante no setor, que passa por um momento de recuperação.

Palavra do analista:
Para Raul Grego, analista da Eleven Research, a companhia tem fundamentos ainda sólidos para impulsionar as vendas de estoques. Por isso, ele mantém a recomendação de compra e indica preço-alvo de R$ 26 para o papel, que terminou o pregão de quarta-feira 18 cotado a R$ 21,30. “A companhia também é uma boa pagadora de dividendos, que pode alcançar 10% sobre o valor da ação em 2018” diz Grego.

 

 

Mercado em números

VALE
17,9% – Foi a queda da produção de níquel da mineradora no primeiro trimestre, como reflexo da estratégia de reduzir o ritmo de exploração da unidade canadense de Voisey’s Bay para ampliar a vida útil da mina

GPA
6% – Foi o aumento das vendas da rede varejista Grupo Pão de Açúcar no primeiro trimestre, segundo informações do controlador francês, o Casino

MOVIDA
R$ 250 milhões – É o valor da primeira emissão de debêntures simples feita pela locadora de veículos na segunda-feira 16. Os títulos têm vencimento em abril de 2023

BR PROPERTIES
R$ 57 milhões – Foi o valor da venda de um edifício corporativo na zona Sul de São Paulo para um fundo imobiliário gerido pela RBR Asset Management

EMBRAER
14 – É o número de aeronaves comerciais que a empresa entregou no primeiro trimestre, período em que foram entregues também 11 jatos executivos