A Eletrobras realizou investimentos que somaram R$ 574 milhões no período entre julho e setembro deste ano. O montante é 41,2% menor que os R$ 976 milhões desembolsados no mesmo período de 2018. Em nove meses, os investimentos somaram R$ 1,754 bilhão, queda de 38% na comparação com igual etapa do ano passado.

Do total investido, a maior parte – R$ 338 milhões no trimestre e R$ 1,068 bilhão no ano até setembro – foi destinada ao segmento de geração. O montante acumulado, no entanto, representa menos da metade do total orçado para 2019, de R$ 2,8 bilhões. Outros R$ 196 milhões no trimestre e R$ 584 milhões em nove meses foram direcionados às obras de transmissão, ante R$ 2,5 bilhões previstos para o atual exercício.

A Eletrobras informou que foram evitados investimentos de R$ 170,3 milhões, principalmente na Norte Energia. Outros R$ 1,415 bilhão foram adiados, com destaque para os R$ 236 milhões orçados para Angra 3, cuja obra ainda não foi retomada.

Em nota, a companhia destacou que em 2019 já houve uma agregação física de 1.035 MW na capacidade instalada das empresas Eletrobras, que somam hoje 50.429 MW. “O crescimento de 4% da capacidade em relação ao terceiro trimestre de 2018 se deve, principalmente, à entrada em operação das unidades geradoras (UG) 15 e 16 de Belo Monte e ao início da operação comercial da UG2 de Sinop”.

A baixa capacidade de investimento tem sido um dos principais argumentos do governo ao defender a privatização da estatal. Conforme destacou a Eletrobras em seu relatório de resultados referente ao terceiro trimestre, o Projeto de Lei 5877/2019, que trata da privatização da companhia, foi enviado ao Congresso Nacional na semana passada, dia 5. A expectativa da União é conseguir realizar a capitalização da empresa, com a diluição do controle Estatal até o fim do ano que vem. Para isso, precisará vencer a resistência dos parlamentares, especialmente de bancadas regionais, contrárias à venda da companhia.