Com o tradicional toque de campainha feito pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, foi oficializada a privatização da Eletrobras, nesta terça-feira (14), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. A cerimônia teve a presença dos presidentes da Eletrobras, Rodrigo Limp; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano; e dos ministros Paulo Guedes, da Economia; e Adolfo Sachsida, de Minas e Energia.

A companhia realizou uma capitalização mediante oferta pública de ações, movimentando R$ 29 bilhões, sendo R$ 2,92 bilhões relativos à venda de ações de titularidade da BNDES Participações S.A. (BNDESpar). Cada ação foi negociada a R$ 42, preço estabelecido pelo processo bookbuilding e acima do preço mínimo deliberado pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

“Sai de cena uma empresa estatal, entra em cena a maior corporação de energia renovável da América Latina, com uma capacidade de investimentos renovada”, disse o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. “A nova corporação terá a obrigação de investir R$ 8,7 bilhões em projetos nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Esta é a capitalização mais democrática e mais verde da história brasileira”, completou.

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De acordo com o Ministério da Economia, a capitalização vai restabelecer a capacidade de investimento da Eletrobras, de modo que a empresa possa contribuir para a expansão do setor elétrico brasileiro. Além disso, proporcionará a alocação de recursos financeiros em projetos importantes, como a revitalização da Bacia do São Francisco, além de assegurar modicidade tarifária aos consumidores.

Segundo a pasta, o resultado da capitalização se traduz na pulverização do capital social da companhia e, com a entrada de novos investidores, no fortalecimento do mercado de capitais.

Os trabalhadores da empresa puderam participar da operação utilizando os saldos de suas contas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de cotas de Fundos Mútuos de Privatização (FMPs), totalizando R$ 6 bilhões da operação.

“A missão é deixar esse legado para as gerações futuras. A maior empresa de energia limpa e renovável do mundo está livre. Não precisa mais ficar sob a proteção do Estado. Esgotou a capacidade de investimento. Agora ela está capitalizada, vai seguir, e é a garantia da segurança energética do Brasil nessa nova dimensão, que é a dimensão renovável”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A Eletrobras foi criada em 1962  para garantir o fornecimento energético aos brasileiros, com investimentos em infraestrutura e políticas públicas para o setor.

“Agora, a Eletrobras começa uma nova fase, com um novo modelo de governança. A capitalização não é importante apenas para a Eletrobras, mas para o Brasil como um todo”, afirmou o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, destacou que a capitalização da Eletrobras é “a maior oferta de utilities no mundo desde 2010, a maior oferta no hemisfério ocidental este ano, a maior privatização desde 1998 no Brasil e a segunda maior oferta de ações da história do país”.