O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, destacou que a empresa continuará enxugando o quadro de funcionários e melhorando seus processos produtivos para reduzir custos. A informação foi dada em teleconferência com analistas para divulgar o resultado financeiro do segundo trimestre deste ano.

Novas práticas de redução de custos serão inseridas no plano de negócios que deve ser divulgado no fim do ano, segundo o executivo.

As privatizações, vendas de sociedades de propósito específico (SPEs) e redução do quadro de funcionários foram os principais fatores que justificam a redução da alavancagem, disse Ferreira Júnior. A expectativa é receber até agosto deste ano R$ 371 milhões referente à venda de SPEs.

Até agora, 468 empregados deixaram a empresa dentro do programa de demissão voluntária, o que gerou um custo de R$ 188 milhões e a economia anual é estimada em R$ 165 milhões.

Durante a teleconferência, o executivo informou ainda que uma consultoria está realizando um trabalho de avaliação da segurança das suas barragens. O primeiro relatório deve ser apresentado até setembro.

Energia

A Eletrobras conta que 4.662 megawatts (MW) de capacidade de geração de energia vão entrar em operação no Brasil até 2026. O acréscimo virá de empreendimentos em construção que contam com a participação da estatal, que responderá por 3.231 MW do volume total, informou Ferreira Júnior.

A empresa conta com a entrada em operação de 1.826 MW até dezembro de 2021. Em 2026, devem ser inseridos no sistema mais 1.405 MW, com a conclusão da obra da usina nuclear de Angra 3.

Investimento

A Eletrobras está com a “alavancagem comportada”, afirmou Ferreira Júnior. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado ficou em 2,6 vezes ao fim do segundo trimestre. Se considerada a RBSE (Rede Básica Sistemas Existentes), a relação fica em 2 vezes, abaixo da meta de alavancagem de 3 vezes. A dívida líquida ao fim do segundo trimestre ficou em R$ 23,19 bilhões.

A RBSE representa um pagamento feito às empresas de transmissão de energia elétrica pelos bens reversíveis existentes em 31 de maio de 2000.

Durante a teleconferência, o presidente da Eletrobras ainda destacou que dos R$ 5,7 bilhões de investimento previsto no plano de negócios, R$ 828 milhões não foram realizados.

Entre os orçamentos excluídos estão R$ 139 milhões na Transnorte Energia; R$ 55 milhões na manutenção das usinas nucleares Angra 1 e 2 e R$ 53 milhões em Angra 3; R$ 92 milhões na ampliação da usina térmica de Santa Cruz e R$ 31 milhões em reforços e melhorias de Furnas. Além disso, foram suspensos R$ 111 milhões que seriam gastos no complexo eólico Casa Nova.