A proposta é exótica e tentadora. Nada menos que um milhão de dólares australianos (cerca de R$ 1,6 milhão) por uma ideia que salve o mundo de duas ameaças sutis, mas constantes: o crescimento populacional e o consumismo. 

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Pagamento à vista: o excêntrico Dick Smith é proprietário de uma
rede de varejo de eletrodomésticos na Austrália

O desafio foi feito na quarta-feira 11 pelo bilionário australiano Dick Smith, dono da rede de eletroeletrônicos que leva o seu nome. O prêmio será dado a qualquer pessoa de até 30 anos com uma ideia capaz de impedir que essas ameaças levem a economia mundial a um colapso. 

 

O planeta, com seus recursos finitos, já não suporta o consumo de seus quase sete bilhões de habitantes, na opinião de Smith. E se a taxa de natalidade não cair, a situação vai piorar. Calcula-se que em 2050 seremos nove bilhões de pessoas. Hoje, um europeu consome, em média, 43 quilos em recursos naturais por dia, enquanto um americano consome 88 quilos. 

 

Se o consumo mundial chegar ao nível dos americanos, só haverá recursos para a sobrevivência de 1,4 bilhão de pessoas, calcula Smith.Políticos, líderes empresariais e a mídia têm medo de falar sobre o controle populacional porque isso seria interpretado como racismo, afirma ele.  “Ao meu ver, essa é, sim, uma iniciativa cheia de preconceitos. Esse bilionário está dizendo que o problema do mundo está nos pobres”, afirmou João Paulo Altenfelder, sócio da consultoria SEI. Em 2007, o empresário britânico Richard Branson, dono da Virgin, também criou um prêmio para quem elabore fórmulas que eliminem os gases causadores do efeito estufa. São US$ 25 milhões. O prêmio da Virgin permanece sem vencedor.