Nos últimos dois anos, os queijos artesanais pelo Brasil ganharam projeção, amparados por grandes chefs de cozinha que passaram a utilizar os produtos em suas receitas. Uma dessas fazendas históricas é a Roça da Cidade, que produz cinco versões com a típica assinatura da Serra da Canastra. “É um dos melhores queijos do Brasil”, diz a chef Roberta Sudbrack. Custa a partir de R$ 80 o quilo mais frete. DINHEIRO conversou com o proprietário, Hugo Faria Leite, 27 anos, quinta geração da família.

O que falta para o queijo artesanal brasileiro dar ao País status de grande e refinado produtor no mundo?
Uma legislação sanitária adequada à realidade do pequeno produtor. Existe um descompasso entre quem legisla e quem fiscaliza, nos parâmetros microbiológicos. Além de uma grande burocracia.

Como isso atrapalha o dia a dia?
Na região do Queijo da Canastra existem 750 produtores e apenas nove têm o Selo Arte, registro sanitário criado em 2018 para pequenos negócios assim.

O Selo Arte abre mercados?
Não é um selo oficial para exportação. Só o SIF é reconhecido como tal. Essa é nossa próxima luta.

Quantos quilos de queijo vocês estão produzindo atualmente?
Como temos peças que levam de 4 a 65 litros de leite, a produção em peças é variável. A média diária de leite é em torno de 400 litros, o que rende cerca de 34 peças do queijo Tradicional, equivalente a aproximadamente 38kg ao dia e 1,1 tonelada ao mês.

(Nota publicada na edição 1218 da Revista Dinheiro)