O efeito da mistura de doses de vacinas diferentes contra a covid-19 está sendo estudado por pesquisadores. O objetivo é saber quais os efeitos para o organismo se a pessoa receber, por exemplo, a vacina AstraZeneca como primeira dose, seguida de uma segunda dose de uma vacina diferente, como a da Pfizer. E, posteriormente, reforços com outros imunizantes.

Segundo a BBC Brasil, estudos preliminares mostram que a mistura de imunizantes podem fornecer níveis mais elevados de anticorpos do que duas doses de uma única vacina.

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Por enquanto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não recomenda mesclar doses de diferentes fabricantes na imunização de pacientes contra a covid-19. Segundo o órgão, ainda não há evidências de que a aplicação de doses de fabricantes distintos produza efeito contra o novo coronavírus.

Mesclar doses de laboratórios diferentes tornaria o programa de vacinação mais flexível e, diante da limitação de doses, quando faltasse o imunizante de um laboratório não seria necessário parar a vacinação.

Um estudo feito no Reino Unido, citado pela BBC Brasil, sobre a combinação de vacinas, publicado no Lancet, 830 adultos com mais de 50 anos foram escolhidos aleatoriamente para receber a vacina Pfizer ou AstraZeneca, primeiro uma e depois a outra.

Descobriu-se que pessoas que receberam doses mistas apresentaram maior probabilidade de desenvolver sintomas leves a moderados com a segunda dose da vacina, incluindo calafrios, fadiga, febre, dor de cabeça, dores nas articulações, mal-estar, dores musculares e no local da injeção, em comparação com aqueles que receberam vacinas da mesma empresa.

O estudo revela ainda que quem recebeu duas doses diferentes, primeiro a da AstraZeneca e depois da Pfizer, apresentaram uma resposta de anticorpos maior ao receber a segunda duas semanas depois.

Todos esses levantamentos são preliminares e as autoridades de saúde seguem indicando as duas doses do mesmo laboratório.