Como defender um investimento em criptomoedas neste momento do mercado?
O racional é o mesmo de um investimento em ações. Compramos uma ação pelos fundamentos da empresa. Nosso fundo não investe em criptomoedas de um modo geral. Investe em bitcoins. O bitcoin está lastreado no blockchain. É uma tecnologia que nunca foi hackeada e que só tende a se fortalecer e a melhorar, inserindo-se cada vez mais na economia.

Qual a filosofia de investimentos do fundo?
A base de nossa estratégia é a convicção de que o investidor brasileiro não se sente confortável com perdas no seu patrimônio. É possível perceber isso nas ações. Há uma dificuldade cultural dos iniciantes na Bolsa. Por isso pensamos em um fundo que reduz a volatilidade dos investimentos em criptomoedas.

Como?
Operando ao mesmo tempo o mercado a vista e os mercados futuros. Os bitcoins têm derivativos, como as ações. Contratos futuros e opções. E há uma diferença, um spread, entre os preços no mercado a vista e os preços para três meses, seis meses, um ano no futuro. Nós compramos contratos futuros e moedas no mercado a vista e operamos esses prazos. Mais ou menos como um fundo que opera com uma estratégia long short no mercado de ações.

E essa é a única estratégia?
Não. O fundo tem oito estratégias diferentes, que buscam reduzir a volatilidade da carteira como um todo.

O mercado está sofrendo com restrições de saques e até mesmo falência de gestoras. Como evitar esses riscos?
Nós monitoramos as corretoras, as exchanges, em tempo real. E só operamos com empresas com sede nos Estados Unidos, que são reconhecidas e fiscalizadas pelas autoridades americanas. Nós acreditamos que o mercado vai encolher bastante nos próximos seis meses, haverá uma redução significativa do número de empresas.

Legalmente, como é o seu fundo?
É um fundo multimercado para investidores qualificados. Isso nos permite uma exposição de 100% a
ativos internacionais. Nossa regra, porém, é manter 80% do patrimônio em criptomoedas e deixar 20% em ativos brasileiros, para garantir liquidez. Também fazemos hedge do dólar, para evitar a volatilidade do mercado de câmbio

NOTAS

Valora capta R$ 76 mi para fundo Hedge

O fundo imobiliário Valora Hedge, gerido pela Valora, captou R$ 76 milhões em sua quarta emissão de cotas. Foram vendidas 7,81 milhões de cotas a um preço de R$ 9,73. Com isso, o patrimônio do fundo passa a ser representado por cerca de 72,9 milhões de cotas. Segundo o administrador, a emissão foi integralmente distribuída, não havendo retratação de cotas ou devolução aos investidores. O fundo é negociado na B3 com o código VGHF11.

Fama lança previdência com estratégia ESG

As gestoras Fama Investimentos e Inter lançaram um fundo de previdência com investimentos que seguem padrões ESG. Denominado Ingenious Fama Icatu FIM, o fundo tem aplicação mínima de R$ 100. É o primeiro fundo de previdência da Fama investimentos, criada por Fábio Alperovitch, um
dos gestores fundamentalistas mais tradicionais do mercado. A gestora tem cerca de R$ 1,4 bilhão de ativos sob gestão, sempre com foco em ações.

Gestores voltam a recomendar FII de papel

Após uma pausa em junho, as gestoras de fundos imobiliários voltaram a recomendar aplicações nos chamados ‘fundos de papel’, aqueles cujas carteiras são formadas por Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e outros títulos. Segundo os gestores da FII Report, a continuidade da alta dos juros e a persistência da inflação prometem um desempenho melhor do que os dos fundos de ativos imobiliários físicos.

EM ALTA
15,52% 

Foi a alta dos preços dos laticínios nos 12 meses até junho de 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). Os dados fazem parte da cesta do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10). O leite tipo longa vida foi o que apresentou maior aumento, com variação de 20,97% no período, seguido do requeijão (20,83%) e do iogurte (15,43%). A estiagem danificou as pastagens e reduziu a produção.

EM BAIXA
2,1% 

Foi a queda do indicador de Demanda por Crédito do Consumidor em maio na comparação com abril, segundo a empresa de informações financeiras Boa Vista. Em abril o índice havia registrado uma queda de 4,3% na comparação com março, considerando dados dessazonalizados. No trimestre móvel encerrado em maio, o indicador recuou 4,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, encerrado em fevereiro.