Rio, 2/10 – O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, defendeu nesta segunda-feira, 2, a realização do Censo Agropecuário 2017, para que o País tenha conhecimento de informações mais detalhadas do setor mais dinâmico da economia. Os dados começam a ser coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira em todo o País.

“É fundamental para o País que quer se desenvolver que busque ter informações e pesquisas detalhadas sobre sua economia e sociedade”, afirmou Dyogo, durante coletiva de lançamento da coleta do Censo Agropecuário.

Dyogo lembrou que a economia do País é intimamente ligada ao agronegócio. O último Censo Agropecuário teve como ano de referência 2006.

“O agronegócio influencia de maneira definitiva e muito profunda a economia”, disse ele. “É de certa maneira surpreendente que durante tantos anos tenha sido postergado o Censo Agropecuário. É o setor mais dinâmico, mais competitivo, que gera mais divisas, mais informação e tecnologia”, acrescentou.

Durante os próximos cinco meses, quase 19 mil recenseadores visitarão mais de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País. Serão levantadas informações sobre a área cultivada, produção, pessoal ocupado no setor, irrigação, uso de agrotóxicos e agricultura familiar, entre outros temas.

Os resultados devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018. O instituto realizou dois processos seletivos para contratação de 26.010 trabalhadores temporários distribuídos por pouco mais de 4 mil municípios.

“O Censo Agropecuário que está sendo iniciado hoje é resultado de esforço muito grande, que não começa agora. Desde o ano passado, uma série de atividades foram realizadas. Uma operação dessa magnitude não acontece da noite para o dia”, completou.

Dyogo lembrou que, após dificuldades orçamentárias, o IBGE precisou reformular o Censo Agropecuário para que tivesse metade do tamanho previsto inicialmente, com orçamento de R$ 1,6 bilhão em três anos.

“Não tinha orçamento, não tinha mais projeto. Foi alocado para o IBGE, por meio de emenda parlamentar, uma verba R$ 505 milhões para refazer o projeto. Mas só os R$ 505 milhões não dariam, tivemos que renegociar para receber mais R$ 280 milhões no ano que vem. Esse orçamento está garantido, porque a gente não iria a campo se não estivesse garantido”, informou Antonio Carlos Florido, coordenador técnico do Censo Agropecuário no IBGE.

Florido revelou que, no novo projeto, foi reduzido o tempo de coleta com os informantes, o questionário foi enxugado, mas a duração da etapa de coleta no campo foi expandida.

O Censo Agropecuário terá coleta de dados digital, com as operações monitoradas pela internet. O censo vai subsidiar também a criação uma nova pesquisa anual do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários. A ideia é que a pesquisa vá a campo, anualmente, captar dados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros temas.