A economia da Faixa de Gaza está em “queda livre”, indicou o Banco Mundial, que considera que o corte dos pagamentos da Autoridade Palestina e dos Estados Unidos ampliam os efeitos do bloqueio israelense e deixam o território governado pelo Hamas em situação “crítica”.

O novo relatório do Banco Mundial (BM), um documento de 38 páginas, será apresentado na quinta-feira em Nova York no Comitê de Ligação Ad Hoc (AHLC, na sigla em inglês), que coordena o apoio dos doadores internacionais aos palestinos.

No mesmo dia, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, devem discursar na Assembleia Geral da ONU.

A economia de Gaza, minada pelo bloqueio imposto por Israel há mais de 10 anos para conter o movimento islamita Hamas, foi enfraquecida recentemente por uma “combinação de fatores” que contribuem para uma queda da liquidez, afirma o documento.

Entre os factores, o BM menciona especialmente a decisão da Autoridade Palestina de reduzir em 30 milhões de dólares os pagamentos mensais a Gaza, assim como o corte de 50 a 60 milhões de dólares da ajuda anual ao território decidida pelo governo do presidente americano Donald Trump.

O presidente Abbas tenta pressionar o Hamas a permitir que a Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente, retome o poder em Gaza.

O relatório do BM afirma que um em cada dois moradores de Gaza vive abaixo da linha da pobreza. O índice de desemprego é de 53%.

O território palestino, situado entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, é controlado desde 2007 pelo Hamas, considerado terrorista por Israel. Os dois lados protagonizaram três guerras desde 2008.