Seja na academia ou no mercado, a aplicação da economia comportamental é uma das principais tendências. Suas origens remontam à década de 1950, mas a popularização do termo se deu a partir do lançamento, em 2008, do livro Nudge – o empurrão para a Escolha Certa, best-seller dos pesquisadores Cass Sustein e Richard Thaler.

Em oposição à abordagem econômica tradicional, que vê a dinâmica do mercado como fruto de decisões puramente racionais, a economia comportamental considera a importância de fatores emocionais em tomadas de decisão. “Nos últimos 20 anos, tivemos três Prêmios Nobel para pesquisadores focados na economia comportamental. Isso mostra como é valioso analisar como as pessoas reagem às informações a que têm acesso”, aponta o economista Eduardo Moreira, um dos criadores do grupo Brasil Plural e da plataforma Genial investimentos.

Para as empresas e organizações, completa Moreira, o aspecto mais atraente da economia comportamental é a possibilidade de influenciar as escolhas. “Muitas pessoas estudam o tema exclusivamente para aprender a manipular as reações das pessoas.”

Por meio de um estímulo denominado “nudge”, empurrão em português, uma pessoa seria instigada a dizer sim ou impedida de tomar uma decisão. Um consumidor indeciso poderia ser influenciado a comprar um produto por meio de estímulos embutidos em design, publicidade e outros elementos.

Oscilações

No mercado financeiro, a economia comportamental vem sendo utilizada para explicar oscilações na atitude de investidores. “A decisão das pessoas quanto às escolhas de investimento tem mudado e tende a mudar mais. Um movimento de euforia, por exemplo, é reflexo de notícias boas ou ruins que influenciam as mudanças comportamentais”, resume Wilton Bernardino, professor de Ciências Atuariais da Federal de Pernambuco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.S