O que aconteceria se a Lua começasse a se aproximar da Terra ao ponto de entrar numa rota de colisão com o nosso planeta? Quais seriam as consequências da sua aproximação e eventual choque desse satélite contra a crosta terrestre e os oceanos?

Essa é a base de Moonfall, novo longa-metragem de Roland Eimmerich, diretor conhecido por criar icônicos filmes sobre destruição em massa na história do cinema, como O Dia Depois de Amanhã, Independence Day e 2012.

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Se na realidade tal cenário é impossível, a situação seria devastadora para o planeta caso de fato ocorresse, causando eventos catastróficos e o fim de toda a vida conhecida na Terra.

A Lua é o nosso satélite natural, e se formou há cerca de 4,6 bilhões de anos após o provável choque de um planeta do tamanho de Marte com a Terra. Ela tem cerca de 3.475 km de diâmetro, e uma massa que corresponde a 0,01 à da Terra, tendo um quarto do tamanho do nosso planeta.

 

Suas temperaturas podem variar, indo de -173 a 127 graus Celsius. O satélite está a uma distância de 384.400km do planeta, com uma superfície coberta por crateras oriundas de cometas e asteroides que atingiriam o corpo celeste — num dos seus lados há mais de 300.000 crateras com mais de um quilômetro de largura.

 

Mas o que ocorreria se a Lua começasse a vir na direção da Terra?

Para isso, é necessário entender o conceito do limite de Roche. Ele determina a distância que um pequeno corpo celeste se desintegra diante a força de atração gravitacional exercida pelas forças de outro corpo celeste — ou seja, a maneira como a Terra afetaria a aproximação do seu próprio satélite.

A gravidade mantendo a Lua em forma se tornaria mais fraca do que as forças de maré tentando separá-la.

 

Durante a chegada, a cadeia destrutiva de eventos já começaria a tomar forma. Por exercer influência sobre o ritmo das marés, a força gravitacional da Lua originaria tsunamis frequentes pelo planeta — dez vezes por dia. Os litorais seriam recobertos, e cidades como Veneza, Nork e Hong Kong seriam engolidas pelas águas violentas.

 

A aproximação progressiva também perturbaria a crosta terrestre, causando erupções vulcânicas e eventos sísmicos em diversos pontos do mundo. Contudo, quando chegasse a uma distância de 18.459 km, a Lua chegaria ao limite de Roche, se rompendo em inúmeros pedaços de tamanhos variados, que formariam um anel de 37.000 km de diâmetro em torno do planeta, processo semelhante ao que ocorre em Saturno.

 

Esse anel, contudo, duraria pouco.

 

A queda constante de diferentes pedaços da Lua seriam o vetor para o aquecimento intenso da atmosfera, e um bombardeamento durável dos solos. A chuva de detritos lunares causariam a devastação brutal do planeta, que a essa altura já estaria tomado pelo caos. Seria como se centenas de milhares de asteroides estivessem caindo na Terra, destruindo cidades inteiras no processo.

Contudo, a possibilidade de algo assim ocorrer é improvável. A Lua, na verdade, está se afastando do planeta a um ritmo em torno de 3,80 cm por ano. E antes que possa chegar ao ponto máximo de sua órbita, ela será engolida pelo sol, daqui a 5 ou 6 bilhões de anos, quando a estrela entrar na sua fase de gigante vermelha.

 

Isso significa que estamos seguros da possibilidade da Lua cair na Terra.

 

Contudo, isso difere da possibilidade real de ocorrer a queda de um asteroide na Terra. A depender do tamanho dele, poderia ter efeitos destrutivos semelhantes ou ainda mais intensos em escala.