O empresário russo Sergei Terentev, cofundador da Qiwi, empresa que fornece serviços bancários e está presente em 12 estados brasileiros, avalia que este é um dos melhores momentos para os estrangeiros investirem no Brasil porque os preços dos ativos estão caindo em função da pandemia e também da desvalorização do real. Para ele, as empresas focadas nos consumidores, principalmente as de tecnologia financeira, são as mais promissoras.

Como sua empresa chegou ao Brasil?
A Qiwi é uma empresa que fornece serviços bancários ao consumidor. Fundada em 1999, abriu seu capital na Nasdaq em 2013. Decidimos que era necessário expandir internacionalmente, pois até aquele momento só atuávamos na Rússia. Mas precisávamos encontrar mercados com alguma semelhança ao russo, onde as pessoas tinham a cultura de pagar contas em dinheiro. Nossa ideia era levar a digitalização financeira para esses mercados. Pesquisamos e, em 2016, decidimos investir na América Latina. Começamos pelo Panamá e, na sequência implantamos nossos serviços em outros países, inclusive o Brasil.

E você tem algum outro investimento em andamento no continente neste momento?
Eu estou construindo, no México, uma empresa de financiamento ao consumidor em parceria com a 4Finance. O foco será no modelo denominado compre agora, pague depois, segmento de rápido crescimento no mundo. O investimento total neste empreendimento deve ficar em torno dos US$ 20 milhões, sendo que já colocamos US$ 12 milhões. Também planejo abrir um banco digital nos Estados Unidos, voltado aos imigrantes recém-chegados àquele país, pessoas invisíveis aos bancos locais tradicionais.

O Brasil é um bom lugar para investir?
Sim. O Brasil é um grande mercado e por causa da pandemia e da desvalorização do real, os preços dos ativos estão caindo bastante. É o momento perfeito para qualquer investimento no Brasil porque se trata de um dos mais importantes mercados do mundo.

Qual segmento você vê como promissor?
O setor de tecnologia com foco nos consumidores parece ser uma das melhores oportunidades. Principalmente serviços financeiros. E tudo o que está sendo feito na área de B2B, B2C vai crescer. O Brasil é um mercado perfeito para todo tipo de empresa de tecnologia.

A instabilidade política preocupa?
Até preocupa um pouco, mas não muito. Apesar de haver polarização, gostando ou não do presidente, a cada quatro anos o eleitor pode votar e trocar o mandatário ou mantê-lo por no máximo mais quatro anos. Diferentemente do que acontece na Rússia onde, há muitos anos, tem uma única pessoa tomando as decisões.

Você parece otimista com o Brasil. A Qiwi se deu bem no mercado nacional?
No Brasil temos parcerias com todas as empresas de telefonia móvel, além de Bilhete Único, Rio Card e Uber. Temos 2 mil pontos de atendimento em 12 estados. Hoje atuamos em 20 países e temos 51 milhões de clientes ativos. Na América do Sul a Qiwi também está na Argentina e no Peru. A expectativa é fechar este ano com faturamento em torno de US$ 5,7 bilhões globalmente.

TECNOLOGIA
Original adota biometria facial em operações

O Banco Original começou a usar a biometria facial para validação de transações de altos valores e também para prevenir fraudes. A instituição promote mais segurança para realização de operações como TED e pagamentos de contas. A solução será uma das ferramentas do Original para massificação do uso do PIX, sistema de pagamentos a ser implantado em novembro pelo Banco Central. “A tecnologia realiza um mapeamento do rosto do cliente e possibilita o reconhecimento mesmo com máscara, o que facilita muito no contexto atual”, disse Leandro Bartolassi, superintendente executivo de Segurança Corporativa do Banco Original.

APP
Canal aumenta transações no Sicoob

Em agosto, o Sicoob registrou mais de 506 milhões de transações, um recorde histórico segundo informações do próprio sistema de cooperativas de crédito. De acordo com a entidade, mais de 85% dessas transações foram realizadas via App Sicoob ou internet banking. Antônio Vilaça Júnior, diretor de tecnologia do Sicoob, disse que a transformação digital tem sido potencializada na instituição, principalmente durante a pandemia. “Foram lançadas diversas soluções para possibilitar o acesso aos canais digitais e a realização de transações pelos cooperados sem a necessidade de deslocamento às agências físicas”, afirmou.

Número da semana
US$ 1,5 bilhão  

É o superávit da balança comercial brasileira registrado na terceira semana de setembro, informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na segunda-feira (21). O valor é resultado de exportações de US$ 4,36 bilhões e importações de US$ 2,85 bilhões no período. Nos acumulado das três semanas de setembro o saldo está positivo em US$ 4,79 bilhões. No ano, em US$ 41 bilhões. Apesar do resultado positivo, a média diária de exportações registrada em setembro é 1,3% menor do que em igual período do ano passado. Essa retração se explica pelo recuo de 14,3% nas exportações de produtos da indústria de transformação, que contrasta com as vendas para o exterior de itens da indústria extrativa, cujo crescimento foi de 28%. As vendas de produtos agropecuários aumentaram 8,4%. A média diária de importações, por sua vez, apresentou redução de 25,6% para US$ 584,79 milhões em comparação com setembro de 2019. Houve queda de 37,4% nas importações de produtos da indústria extrativa, de 25,6% da indústria de transformação e estabilidade nas compras do exterior de itens do setor agropecuário (+0,1%).