Poucas vezes os americanos foram tão apaixonados por um produto como estão pelo BlackBerry, um misto de computador de mão, telefone celular, agenda pessoal e organizador de tarefas. Lançado em 1999, ele chegará ao Brasil no final do ano pela Telecom Italia Mobile (TIM). Seu sucesso se deve pela simplicidade com que trata o envio e recebimento de e-mails. No BlackBerry, as mensagens ?explodem? automaticamente na tela em qualquer lugar e a qualquer hora. É desnecessário abrir um programa específico como o Outlook da Microsoft e configurá-lo. Também é possível digitar até 30 palavras em inglês por minuto no seu teclado, algo difícil de acontecer em computadores de mão tradicionais. ?Nosso segredo é não criar dificuldades para os usuários?, afirmou à DINHEIRO Mark Guibert, vice-presidente de marketing da canadense Research in Motion, fabricante do produto. Executivos, celebridades e gente comum são entusiastas dessa invenção. Uma tecnologia para quem quer ficar plugado 24 horas por dia como Bill Gates, da Microsoft.

Outro diferencial é o uso sem distinção que o BlackBerry faz das redes das empresas de telefonia celular, com quem tem acordos operacionais para trafegar os dados dos usuários. A estratégia que, no início, parecia uma ação guerrilheira se transformou em um modelo de negócio vitorioso porque atraiu para o produto clientes de várias operadoras. São mais de 50 companhias telefônicas em 30 países e 1 milhão de usuários nos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania. Até o final do ano, a fabricante espera ultrapassar a barreira dos 2 milhões de clientes. Com o BlackBerry é possível abrir arquivos em formatos Word, Excell, Power Point e PDF, navegar na internet, fazer ligações e sincronizar os e-mails que chegam na caixa postal do PC. Ele ainda tem uma caixa de entrada unificada para recados telefônicos, textos vindos de até 10 contas diferentes de e-mail e mensagens curtas de texto (SMS). Com ele, pode-se fazer conferências e transferir ligações. ?A facilidade no uso do e-mail nos parece o grande atrativo?, diz Michael Martin, gerente da TIM.

Tais qualidades garantiram ao fabricante do BlackBerry uma receita de US$ 595 milhões em 2003 contra US$ 307 milhões no ano anterior. A crescente popularidade do equipamento fez os fabricantes de celulares se unirem ao adversário. Companhias como Samsung, Motorola e Sony Ericsson assinaram contratos de licenciamento para o uso do software canadense. E até a Palm OS, fabricante dos computadores de mão, fez um acordo de parceria para levar o BlackBerry a seus produtos móveis. Ninguém está imune ao poder de atração do produto.