A Economia não é uma ciência exata. Nem sempre é possível afirmar que algo está certo ou errado. Afinal de contas, existem formas diferentes de se atingir um mesmo objetivo. Esse Blog, portanto, respeita todas as opiniões, mas vai se posicionar sempre que julgar necessário. Há raros momentos em que a maioria dos economistas das diversas correntes de pensamento converge para algumas soluções. Esse parece ser o caso brasileiro. 

O País vive uma crise política. Alguém discorda? Os atritos entre Congresso Nacional e Palácio do Planalto, em 2015, inviabilizaram o pacote fiscal proposto pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Desde então, a recessão econômica se acentuou, piorando as contas públicas do governo. Sem resolver os problemas político e fiscal, a presidente Dilma Rousseff trocou o comando da Fazenda, agora com Nelson Barbosa, que ainda não conseguiu reverter as expectativas em relação ao futuro da economia. O problema não era o ministro.

Em fevereiro, os parlamentares voltam do recesso com alguns assuntos nada triviais pela frente. Os deputados federais terão de definir o futuro do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode ter o seu mandato cassado devido a denúncias de corrupção e a contas secretas na Suíça. Além disso, deputados e senadores vão decidir sobre o prosseguimento ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Sendo assim, a pauta política continuará dominando (ou travando) o noticiário econômico.

O Blog “Descomplicando a Economia” estreia no momento em que o Brasil precisa simplificar as decisões para começar a sair da crise. Não é hora de pacote heterodoxo, com medidas milagrosas. Não é hora de buscar um voo de galinha, obviamente insustentável. É hora de medidas transparentes, ainda que eventualmente impopulares (atenção, Brasília: não estou sugerindo a recriação da CPMF). 

Independentemente do desfecho do processo de impeachment, é hora de buscar um pacto político que coloque os interesses do País acima das picuinhas de governantes e parlamentares. O País já jogou um ano inteiro na lata do lixo e está vivenciando uma inédita recessão de 7% no biênio 2015-2016. O custo social da inércia tem sido enorme. De forma bem simples, descomplicada, é preciso seguir três passos: resolver a crise política; aprovar as medidas que garantam uma trajetória fiscal benigna; e retomar a agenda do crescimento econômico. Exatamente nesta ordem.