O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, negou que em sua campanha na TV e no rádio esteja atacando o deputado Jair Bolsonaro (PSL), seu adversário direto na disputa por uma vaga no segundo turno este ano. “Não há nenhum ataque, é ele que fala. Se o que ele fala é ataque, o problema é dele”, disse o tucano ao deixar o comício com aliados do ABC paulista.

O ex-governador de São Paulo ainda foi questionado sobre a resposta que a campanha do PSL postou nas redes, ligando-o ao escândalo da merenda durante sua gestão à frente de São Paulo. “Ele é mal informado ainda, porque a questão da merenda foi o Estado que apurou junto com o Ministério Público. Não havia envolvimento de ninguém do governo, o que havia eram estelionatários nas cooperativas prejudicando os cooperados”, se defendeu.

Desde sexta-feira, a campanha do PSDB tem utilizado declarações pregressas do deputado nos spots de rádio e TV para desconstruí-lo. Uma delas, por exemplo, mostra o presidenciável gritando com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) no salão verde da Câmara e a chamando de “vagabunda”. “Você gostaria de ser tratada desse jeito?”, pergunta a narradora da inserção.

Outro vídeo não traz declarações do candidato, mas também é endereçado ao capitão reformado do Exército. Copiado de uma campanha de desarmamento no Reino Unido, mostra um projétil acertando diversos objetos que representariam fome, analfabetismo e crise hídrica, entre outros. “Não é na bala que se resolve”, termina o vídeo, antes que a bala acerte a cabeça de uma garota.

Apesar do tom na campanha televisiva, Bolsonaro não foi alvo de um único comentário direto no evento deste domingo. Ao invés disso, os aliados aproveitaram que estavam no berço político do ex-presidente Lula e do PT para atacar o tradicional adversário e até o presidente Michel Temer. “Estamos vivendo uma década perdida, pior que a Dilma só este governo do Temer”, disse o prefeito da cidade e anfitrião do evento, Orlando Morando.

“Fiz questão de vir aqui porque São Bernardo é terra daquele criminoso que está preso em Curitiba”, afirmou o ex-prefeito e candidato ao governo do Estado, João Doria, que também aproveitou para se dirigir ao provável substituto do líder petista. “Fernando Haddad não gostava de trabalhar, quando era prefeito começava às nove horas e terminava às seis e meia, não trabalhava no fim de semana, não é como eu, Geraldo ou Orlando”, afirmou.