A formação de uma joint venture com o grupo austríaco Lenzing para produção de celulose solúvel no Brasil será importante para criar uma fonte de receitas recorrentes e diversificar os negócios da Duratex, que hoje estão concentrados no setor de construção e reformas.

“Vamos diversificar a exposição no mercado local e administrar melhor as volatilidade do setor de construção civil”, salientou o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Duratex, Carlos Henrique Haddad.

A companhia atua nos setores de louças e metais sanitários, revestimentos cerâmicos e painéis de madeira. “Agora estamos compondo o portfólio com um produto que não tem ligação com o setor da construção civil”, frisou.

Haddad disse que a empresa está otimista com a entrada no setor de celulose, dado que irá operar em parceria com um grupo que já é experiente na área. Além disso, o executivo disse ver condições de a futura planta no Triângulo Mineiro apresentar o menor custo de produção de celulose no mundo, dada a distância de apenas 50 quilômetros entre a fábrica e o ativo florestal.

“A distância média da floresta em relação à planta é bastante privilegiada. Vai ficar praticamente dentro do acervo florestal”, comentou. “E a região do Triângulo Mineiro é estratégica. Há linhas férreas passando dentro da fazenda que vamos ocupar”, ressaltou. “Estamos bastante animados com a logística.”

O diretor afirmou que a Duratex foi “criteriosa e não muito agressiva” em relação aos estudos do patamar de valor de mercado da celulose para garantir a viabilidade do projeto. “Realmente vemos o mercado positivo não são pelo apelo desse tipo de solução mas também pela nossa capacidade de operação”, disse.

A fábrica deverá ter capacidade para produzir 450 mil toneladas de celulose solúvel por ano. Toda a produção da nova fábrica será 100% destinada à exportação e vendida para Lenzing para suprir suas operações na Europa e na Ásia.

Haddad explicou ainda que a composição de endividamento para realizar os aportes vai fluir através da joint venture. “Vamos trabalhar em conjunto com a Lenzing para operar o financiamento”, disse. Cerca de 30% a 40% dos investimentos abrangerão itens importados.