Apesar de a pandemia do novo coronavírus ter forçado o adiamento da Expo 2020 Dubai por um ano, os batalhões de operários com máscaras trabalham freneticamente para concluir a infraestrutura dentro dos prazos inicialmente planejados.

Dubai investiu US$ 8,2 bilhões para garantir o sucesso, por seis meses, da exposição universal que foi apresentada como o maior evento organizado em um país árabe.

Mas, acima de tudo, a exposição, que será realizada de 1o de outubro de 2021 a 31 de março de 2022, pretende se tornar o cartão de visitas para promover o turismo nesta cidade, capital de um dos Emirados que compõem a Federação dos Emirados Árabes Unidos.

Apesar do adiamento para outubro de 2021, Dubai fez da conclusão das principais infraestruturas deste evento dentro dos prazos inicialmente planejados uma questão de honra.

A COVID-19, que obrigou a adiar a conclusão por um ano, também está afetando, porém, a “logística e os prazos de entrega de algumas obras”, reconhece à AFP Ahmed al Khatib, responsável pelo desenvolvimento.

“Mas os trabalhos continuam e alguns pavilhões já foram concluídos. 2020 é o ano de entrega”, ele insiste.

Em um espaço de 4,5 km2, os pavilhões já começaram a tomar forma. O dos Emirados Árabes Unidos, como um falcão em voo, está quase terminado. O vizinho da Arábia Saudita parece agora uma enorme janela para o céu aberto.

Com o lema “conectar os espíritos, criar o futuro”, na Expo, que espera a participação de 25 milhões de visitantes, estarão 192 países, incluindo Israel, apesar de não ter nenhum relacionamento com os Emirados Árabes Unidos.

Este evento, que contratou personalidades como o jogador de futebol Lionel Messi, para promovê-lo, esperava servir para os setores imobiliário, turístico e comercial.

Mas o coronavírus causou um duro golpe na economia mundial.

Manal AlBayat, gerente da Expo 2020 Dubai, quer ser otimista: o adiamento não teve impacto no “compromisso de fazer uma exposição que inspira o mundo”, diz.

“Infelizmente, alguns funcionários estão saindo. Foi uma decisão muito difícil”, acrescentou a responsável, referindo-se à onda de demissões entre os funcionários da Expo 2020 Dubai, pois os orçamentos não serão aumentados apesar do adiamento, aprovado em maio pelo International Exhibition Office (BIE) com sede em Paris.

– Infecções –

No local da exposição, no sul de Dubai, a COVID-19 afetou muitos trabalhadores e os Emirados Árabes Unidos continuam a anunciar centenas de novas infecções todos os dias.

Mas túneis foram perfurados, estradas pavimentadas, e um sistema de som e antenas 5G, instalados.

E as mangueiras e oliveiras continuam a crescer sob o sol forte.

Além disso, foram criados centros de diagnóstico de coronavírus no local e uma campanha de conscientização, diz AlBayat.

Embora reconheça que há “alguns casos positivos” entre os funcionários da Expo, não há números. Qualquer pessoa infectada pode voltar ao trabalho apenas quando estiver totalmente curada, afirma.

Mais da metade dos casos de coronavírus registrados nos seis países árabes do Golfo, que excedem 355.000 casos, ocorreram entre trabalhadores estrangeiros, que vivem em condições de superlotação.

Para conter a pandemia, Dubai fechou em março, mas quer reabrir suas portas antes do início da temporada turística em setembro.

No ano passado, o emirado recebeu 16,7 milhões de visitantes e esperava 20 milhões este ano.

No “pós-mundo”, Dubai terá de revisar para baixo suas metas para sua exposição universal?

“Estamos trabalhando para receber o maior número possível de visitantes. O atraso de um ano significa que temos mais margem de manobra para melhorar as coisas”, diz Ahmed al-Khatib.