Uma acadêmica francesa e sua colega australiana, detidas no Irã, iniciaram uma greve de fome por tempo indefinido, de acordo com o Centro Internacional de Pesquisa (CERI) de Ciência Política de Paris.

A antropóloga franco-iraniana Fariba Adelkhah, especialista em xiismo e diretora de pesquisas do CERI, presa em junho no Irã, e Kylie Moore Gilbert, uma acadêmica de Melbourne, especialista no Oriente Médio, são acusadas de “espionagem”.

“O CERI confirma a greve de fome iniciada por Fariba Adelkhah e sua colega de cela Kylie Moore Gilbert”, disse o centro de pesquisa parisiense na noite de quarta-feira.

Em uma carta aberta dirigida ao Centro Iraniano de Direitos Humanos (CHRI), com sede em Nova York, as acadêmicas afirmam ter sido submetidas à “tortura psicológica” e “numerosas violações de seus direitos humanos fundamentais”.

“Vamos lutar em nome de todos os acadêmicos e pesquisadores do Irã e do Oriente Médio que, como nós, foram injustamente sujeitos a falsas acusações”, dizem elas.

“Nós somos prisioneiras da Guarda Revolucionária (o exército de elite da República Islâmica) há um tempo extremamente longo”, acrescenta.

Gilbert está detida há 15 meses e Adelkhah há sete.

A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marise Payne, pediu ao Irã que trate Moore Gilbert “com equidade, humanidade e de acordo com os padrões internacionais”.

Sem confirmar o início da greve de fome, Payne disse que a questão suscitou “profunda preocupação” na Austrália e disse que esta sendo feito um trabalho com empenho para conseguir sua libertação.