Os mercados acionários americanos encerraram esta quarta-feira, 29, em direções distintas com as perspectivas positivas em torno da reforma tributária apoiando ações de instituições financeiras, enquanto uma onda vendedora atingiu papéis de tecnologia.

O índice Dow Jones renovou máxima histórica e fechou em alta de 0,44%, aos 23.940,68 pontos. O mesmo movimento, porém, não foi seguido pelos outros índices, com o S&P 500 perdendo 0,04%, aos 2.626,07 pontos, e o Nasdaq cedendo 1,27%, aos 6.824,39 pontos.

Bancos estiveram, novamente, à frente dos ganhos nos mercados de ações nos Estados Unidos, à medida que o setor financeiro se beneficia do forte crescimento econômico no país, do aumento gradual das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e, principalmente, da perspectiva de aprovação de uma ampla reforma no sistema de impostos nos EUA. Nesta quarta-feira, o índice financeiro do S&P 500 atingiu o seu maior nível na história, ao subir 1,77%.

A reforma tributária esteve no radar o dia inteiro. Após o Comitê Orçamentário do Senado americano dar sinal verde para a conta elaborada pelos senadores republicanos, os investidores ampliaram o otimismo e veem grandes chances de o plano de impostos ser aprovado no plenário do Senado. A votação está programada para esta quinta-feira, de acordo com o líder republicano no Senado, Mitch McConnell.

Comentários da presidente do Fed, Janet Yellen, também estiveram no radar dos investidores. Ela se mostrou favorável a mudanças na regra de Volcker, que restringe a forma como os bancos investem depósitos de contribuintes, ao dizer que ela não deve ser aplicada a bancos pequenos. No entanto, Yellen manteve a cautela em torno de alterações na lei Dodd-Frank de regulação financeira.

Ao mesmo tempo em que o otimismo predominou entre os bancos, investidores se afastaram das empresas de tecnologia. O setor de tecnologia do S&P 500 apresentou o seu pior dia desde junho, ao registrar queda de 2,56%. O catalisador desse movimento veio da bolsa Nasdaq. De acordo com fontes ouvidas pelo Wall Street Journal, a Nasdaq planeja negociar contratos futuros de bitcoin já no primeiro semestre do próximo ano. Além disso, a corretora Cantor Fitzgerald deseja lançar derivativos de bitcoin também nos primeiros seis meses de 2018.

“É um pouco de mudança para uma paisagem de investimento mais amigável para o lado do setor financeiro”, afirmou o diretor de investimentos da Clarfeld Financial Advisors, Michael Hans. Ele acrescentou, no entanto, que o cenário dos ganhos ainda é favorável para os papéis de tecnologia. “A mudança de hoje pareceu um impulso momentâneo”, comentou. (Com informações da Dow Jones Newswires)