A desaceleração da economia e a crise financeira enfrentada pelas empresas estão provocando um fenômeno curioso nas escolas de negócio. Depois da onda dos empreendedores, agora é a vez de os executivos de finanças invadirem os MBAs, os mestrados em administração de empresa. O fato já foi notado em escolas na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil também ocorre algo semelhante. No Ibmec de São Paulo, umas das principais escolas voltadas ao ensino executivo no País, a procura por MBAs de finanças cresceu 63,7% entre 2001 e 2002, enquanto a procura pelo MBA executivo registrou uma pequena queda no mesmo período.

?O profissional de finanças tem um valor enorme. Em cenários de incerteza, cresce a sua importância?, observa Elizabeth Guedes, diretora do Ibmec Educacional, que também tem unidades em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. O interesse dos alunos é tanto que nem mesmo o valor do curso ? R$ 29.400 à vista ? é visto como uma barreira. Por ano, o Ibmec não recebe menos de 300 candidatos ao seu MBA.

De olho nesse mercado, a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas lança no ano que vem, em São Paulo, o seu mestrado profissional em finanças e economia empresarial (MPFE). O curso teve 51 inscritos para a primeira turma, que irão desembolsar durante dois anos uma mensalidade de R$ 1.814.

Para Andréa Genovesi, superintendente do Uni Class, área de
alta renda do Unibanco, o MBA é um ótimo investimento. Antes mesmo de concluir o seu curso no Ibmec, em 2001, ela foi contratada pelo Unibanco, dando um salto na carreira. ?Uma
empresa pode até terceirizar alguns serviços. Mas o caixa e a gerência financeira é algo que todas fazem questão de manter sob controle?, afirma Andréa.