O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), avaliou como “normal” a piora de sua avaliação no primeiro levantamento do Instituto Datafolha feito após intensificar a movimentação para uma possível candidatura a presidente em 2018 diante das condições financeiras da cidade. Ele afirmou que o PT superestimou as receitas e subestimou despesas, fazendo com que sua administração identificasse, no terceiro mês de gestão, que não existiam todos os recursos previstos no orçamento.

“Isso gerou um déficit de 15% – equivalente a R$ 7,5 bilhões – no orçamento da cidade de São Paulo. Eu não falo isso para estigmatizar o PT nem o Fernando Haddad. Fizemos uma transição tranquila, equilibrada e democrática. Eu reconheço isso e sei que ele reconhece também, mas o fato é que a cidade ficou com um déficit muito grande e isso comprometeu bastante os programas sociais, de obras e de serviços na nossa cidade”, disse Doria, a jornalistas, durante assinatura de um projeto de lei para combater a fome em São Paulo.

Segundo ele, sua gestão teve de fazer “sérios contingenciamentos” para colocar as contas em ordem e que a partir de janeiro a cidade de São Paulo não terá mais déficit. Afirmou ainda que o orçamento, que já foi entregue à Câmara Municipal de São Paulo, é “cumprível” tanto do lado da receita quanto da despesa.

Quanto à piora de sua avaliação com pesquisas que mostram condições mais pífias na mobilidade urbana e trânsito, Doria destacou que a necessidade de melhora do asfalto na cidade de São Paulo “é um fato”. Segundo ele, a partir do próximo dia 10, terá início o programa “asfalto novo” pelas regiões periféricas da cidade, zonas leste, norte e sul e depois zonas este e central da cidade, com recursos do fundo de multa para permitir um programa de recapeamento. Essa ação não é feita, conforme Doria, desde 2007.

“Temos de melhorar muito o programa de tapa buracos. Estamos tapando os buracos do PT e agora o programa de reckup, do asfalto novo. Isso influi muito na análise das pessoas porque quem anda de ônibus, evidentemente com o asfalto ruim, o ônibus anda mais devagar, tem mais solavancos. Demais pessoas sofrem da mesma maneira”, avaliou o prefeito, dizendo que o esforço na questão do asfalto será feito agora com mais ênfase. “Até abril do ano que vem, estaremos com todas as avenidas da cidade provavelmente reasfaltadas, dependendo das intempéries”, acrescentou.

De acordo com ele, na área de saúde, graças às economias feitas ao longo dos nove meses de gestão, há mais recursos. “Saúde é prioridade na cidade de São Paulo”, garantiu o prefeito.

Sobre a opinião de parte da população, ouvida pelo Instituto DataFolha, que acha que o prefeito fez menos que o esperado, ele lembrou que não terminou nem o seu primeiro ano de gestão e que sua administração já fez “mais do que muitos já fizeram anteriormente”. “O impossível nós estamos quase fazendo. Milagre vai ser difícil”, afirmou.

O primeiro levantamento do Instituto Datafolha feito após Doria intensificar movimentação para uma possível candidatura a presidente em 2018 indicou que o prefeito perdeu força para o Planalto. Conforme pesquisa publicada hoje (8) pelo jornal Folha de S. Paulo, 32% dos entrevistados o aprovam, patamar mais baixo desde o início de sua gestão, em janeiro.

Doria tem, conforme o instituto, 26% de rejeição e 40% de apreciação regular. Pela primeira vez, a avaliação regular supera a positiva desde que o mandato do prefeito teve início. Há quatro meses, a pesquisa Datafolha apontava que Doria tinha 41% de ótimo/bom, 22% de ruim/péssimo e 34% de regular.