Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – O governador de São Paulo, o tucano João Doria, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia ao governo do Estado para se candidatar à Presidência da República pelo PSDB.

Doria teria chegado a ensaiar uma desistência à pré-candidatura, em um movimento que abriu uma crise no PSDB, mas anunciou sua posição de disputar o Planalto na tarde desta quinta-feira.

“Sim, sim! Serei candidato à Presidência da República pelo PSDB”, disse Doria em evento, em discurso cheio de agradecimentos.

“É hora de criar uma frente ampla e um time poderoso pelo Brasil e pelos brasileiros. Construir, sim, a melhor via para o nosso país e a melhor via é a via da união, da serenidade, do bom senso, da compreensão e da liberdade”, afirmou.

“Eu quero estar ao lado de vocês a partir do próximo dia 2 para mostrar que é possível, sim, ter uma nova alternativa para o Brasil.”

O governador havia avisado aliados e assessores que não pretendia mais concorrer ao Planalto, segundo a mídia, motivando, inclusive, a divulgação de uma carta do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

Na carta, Araújo reafirmou que Doria tem o apoio da legenda para disputar a Presidência da República em outubro, depois de ter vencido as prévias do partido no ano passado.

O vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, que agora assume o Estado, será o candidato do PSDB ao cargo em outubro. Pouco antes do anúncio de Doria sobre a decisão de manter a pré-candidatura ao Planalto, Garcia afirmou que dizia um “até breve” ao governador e acrescentou que “o Brasil merece João Doria”.

Doria tem pontuação fraca nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto –penas 2 pontos em levantamento do instituto Datafolha neste mês, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 43% e o presidente Jair Bolsonaro (PL) soma 26%.

O anúncio de Doria ocorre no mesmo dia em que o ex-juiz Sergio Moro, até então pré-candidato pelo Podemos, deixou o partido para se filiar ao União Brasil, ao mesmo tempo em que anunciou que abre mão “nesse momento” da sua intenção de concorrer ao Planalto.

Ao mesmo tempo, o governo federal oficializou nesta quinta-feira a exoneração a pedido de 10 ministros que deverão ser candidatos nas próximas eleições.

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