Do que começou com uma epifania que ocorreu ao Dr. Cyrus Poonawalla e seu irmão mais novo Zavary Poonwalla, os co-fundadores do Serum Institute of India, agora se tornou um negócio multimilionário e um dos maiores produtores em massa de vacinas em todo o mundo. Desde o início da disseminação do novo coronavírus, no intervalo de um ano, seu patrimônio líquido dobrou, saindo de 8 bilhões de dólares para a faixa dos 16 bilhões de dólares.

O Dr. Cyrus Poonawalla era o herdeiro legítimo de uma fazenda de criação de cavalos. Pegando o bastão, Poonawalla, compreensivelmente, se destacou na ampliação do império da criação de cavalos. Mas ele também decidiu ramificar em seu negócio agora extremamente bem-sucedido. Em uma conversa casual com um veterinário o levou a investir no negócio de vacinas. Foi a época em que cavalos aposentados de sua fazenda de criação foram enviados ao Instituto Haffkine de Mumbai para produzir vacinas de soro de cavalo. No entanto, como não podiam produzir em massa as vacinas, a maioria delas foi importada do país.

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Essa foi a janela de oportunidade que levou Poonawalla à ideia de produzir a vacina e explorar as ineficiências dos órgãos governamentais. Depois de levantar US$ 12 mil com a venda de cavalos, Cyrus Poonawalla e seu irmão Zavary começaram sua aventura em 1966. Como não tinham nenhum conhecimento de ciência, eles contrataram três médicos, que, curiosamente, agora são membros do conselho do Serum Institute of India.

Os Poonawallas então escalaram esse negócio em três décadas, superando desafios, tornando seus negócios globais. Hoje, o Serum Institute of India não apenas produziu em massa e despachou a vacina CovidShield, que está lentamente afirmando um domínio positivo contra o vírus, mas também tem uma empresa que agora é sua principal linha de negócios, em oposição à criação de cavalos.

Por sua capacidade de produção em larga escala, o Instituto Serum virou peça-chave na estratégia global de combate à Covid-19. Em 2020, o laboratório indiano firmou uma parceria com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para produzir e distribuir a “Covishield” mundo afora.

O Brasil, recentemente, adquiriu 2 milhões de doses do imunizante e, agora, aguarda ansiosamente sua remessa. Enquanto isso não acontece, o antígeno produzido pelo Serum está sendo empregado na Índia.

Além do Brasil, África do Sul, Bangladesh e Marrocos negociam com a fabricante, que firmou acordo para estocar, a partir de abril, outra vacina contra a enfermidade, a “Prevent-19”, desenvolvida pela farmacêutica americana Novavax.