O dólar passou a cair nesta quarta-feira, 25, após abertura com alta moderada no mercado doméstico diante da cautela internacional com temores de recessão nos EUA e Europa e valorização leve da moeda americana ante divisas principais e algumas emergentes e ligadas a commodities. Pesa na queda do dólar o recuo persistente dos retornos dos Treasuries diante ainda da consolidação das expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve aliviar o aperto de juros na reunião da próxima semana.

Os membros do Fed seguem no período de silêncio pré reunião monetária bem como os dirigentes do Banco Central brasileiro, a partir de hoje, a uma semana do anúncio da decisão sobre a Selic pelo Copom. Ainda, os investidores ajustam posições em meio volatilidade do petróleo com os mercados na China ainda fechados.

Operadores do mercado de câmbio avaliam possíveis novos ingressos de fluxo de investidor estrangeiro e comercial ajudando na queda do dólar e alívio nas taxas futuras, como visto ontem.

Com a agenda mais fraca nesta quarta-feira de feriado na cidade de São Paulo, os mercados locais continuam sensíveis à volatilidade dos ativos internacionais e devem acompanhar, mais tarde, o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente do Uruguai, Lacalle Pou (12 horas), após passar dois dias em Buenos Aires. No foco estão as negociações por um acordo entre o governo uruguaio e a China, algo visto com maus olhos por defensores do Mercosul, como o presidente brasileiro. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores diz que o fortalecimento do Mercosul é uma das prioridades do governo brasileiro.

Ontem, ainda em Buenos Aires, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que não conhece os termos do acordo em negociação entre Uruguai e China. No final da tarde, Lula se encontrará com o ex-presidente uruguaio José Mujica, seu amigo pessoal, e volta para Brasília em seguida.

Na última hora, no exterior, o dólar se fortaleceu um pouco ante algumas moedas emergentes e ligadas a commodities em meio ao avanço moderado do índice DXY do dólar ante moedas rivais, como euro e libra, enquanto recua ante o iene. Há expectativas sobre a troca de comando no Banco do Japão (BoJ) e um relatório econômico mensal do governo japonês, publicado nesta quarta-feira, rebaixou sua perspectiva econômica pela primeira vez em 11 meses, citando uma queda nas exportações do país em meio a um recente salto nos casos de covid-19 na China. Em dezembro, o governo havia avaliado apenas que a economia estava “se recuperando moderadamente”.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse no último domingo que nomeará o próximo presidente do BoJ no próximo mês. O segundo mandato de cinco anos do atual comandante do BC, Haruhiko Kuroda, se encerra em 8 de abril. Kishida afirmou nesta quarta-feira que tomará a decisão sobre o próximo presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) enquanto monitora as tendências econômicas futuras.

Às 9h42, o dólar à vista caía 0,50%, a R$ 5,1164. O dólar fevereiro recuava 0,54%, a R$ 5,1220.