O dólar voltou a bater em R$ 4,20 logo após a abertura dos negócios desta segunda-feira, 17, mas após operar perto da estabilidade, engatou queda na parte da tarde e terminou o dia com recuo de 0,86%, a R$ 4,1292, o menor valor em uma semana. Pela manhã, o cenário eleitoral acabou provocando nervosismo nas mesas de câmbio, principalmente pelo crescimento de Fernand Haddad (PT) nas pesquisas de intenção de voto e sondagens de instituições financeiras. Mas a queda da moeda norte-americana no exterior, ante divisas de emergentes e alguns países desenvolvidos, acabou contribuindo para estimular a venda da moeda aqui.

Quando o dólar bateu na máxima do dia, a R$ 4,2041, operadores ressaltam que a cotação acabou atraindo vendedores, incluindo exportadores e a moeda caiu rapidamente para a casa dos R$ 4,15. O operador de câmbio da corretora Spinelli, José Carlos Amado, ressalta que logo que a divisa chegou a R$ 4,20, começou um desmonte de posições.

O dólar tem tido dificuldade de romper este nível de forma consistente, segundo profissionais do mercado, justamente porque atrai vendedores. Ao mesmo tempo, o diretor técnico da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, destaca que o dólar tem se consolidado acima de R$ 4,10 e valores próximos a essa cotação são, neste momento, oportunidades de compra. Na mínima de hoje, o dólar caiu a R$ 4,1170.

Para a moeda cair abaixo desse valor, em direção aos R$ 4 ou abaixo, o diretor ressalta que é preciso um fato novo nas eleições, que seria uma arrancada de Geraldo Alckmin (PSDB) ou Jair Bolsonaro (PSL) ganhando ainda mais votos. O militar reformado tem ganhado terreno nas últimas pesquisas e tem se mostrado mais competitivo no segundo turno na simulação com seus rivais.

No exterior hoje, o dólar caiu ante moedas de emergentes, como Argentina, Rússia e Chile, e alguns desenvolvidos, como o Japão, com declarações do diretor do conselho econômico nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, que prometeu para breve anúncios sobre tarifas adicionais à China. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras seis divisas fortes, recuava 0,45% na tarde de hoje. O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu anunciar hoje à noite as novas tarifas.