Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar oscilava perto da estabilidade frente ao real nesta segunda-feira, início de uma semana recheada de reuniões de política monetária de vários bancos centrais importantes, como o Federal Reserve, dos Estados Unidos.

Às 10:25 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,06%, a 5,6168 reais na venda. A moeda oscilou entre 5,6018 reais (-0,21%) e 5,6338 reais (+0,36%).

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a 5,6400 reais.

A expectativa de investidores é de que o Fed anuncie a aceleração do ritmo de redução de suas compras mensais de títulos ao fim de sua reunião desta semana, à medida que o mercado de trabalho norte-americano dá sinais contínuos de aperto e a inflação segue em patamares elevados, mostrando-se mais persistente do que as autoridades do banco central estimavam inicialmente.

Segundo Alexandre Almeida, economista da CM Capital, isso deixa o dólar com tendência global de apreciação nesta semana, uma vez que se espera que os formuladores de política monetária do Fed também antecipem suas expectativas para aumentos de juros nos EUA, elevando a atratividade da moeda norte-americana.

Na quarta-feira, quando se encerra o encontro de dois dias do Fed, será divulgado o gráfico de pontos trimestral do banco central, que mostrará suas projeções para os custos dos empréstimos. O último “dot plot” do Fed, como é conhecido, havia mostrado as 18 autoridades da instituição igualmente divididas sobre a necessidade de aumentar os juros no próximo ano.

Além da reunião do Fed, esta semana contará com os encontros de política monetária dos bancos centrais de zona do euro, Japão, Reino Unido, México e Rússia.

Enquanto isso, no Brasil, a expectativa de investidores girava em torno da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será divulgada na terça-feira, e do Relatório Trimestral de Inflação, também do BC, na quinta.

Almeida explicou à Reuters que os dois documentos serão “importantes para a balização das expecativas do mercado quanto à condução da política monetária futura” do Banco Central, o que tem potencial de impactar o mercado de câmbio.

O BC iniciou um ciclo agressivo de aperto monetário neste ano, tirando a taxa Selic de uma mínima histórica de 2% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 9,25%, depois de aumento de 1,50 ponto percentual no último encontro do Copom.

Isso, teoricamente, é positivo para a moeda brasileira, uma vez que “aumenta a atratividade do país para investimentos estrangeiros, mas não é o suficiente para garantir uma apreciação do real”, afirmou Almeida, destacando preocupações de investidores com a saúde fiscal e a recuperação econômica do Brasil.

Os mercados ficarão atentos nesta semana a dados mensais de serviços e à publicação da leitura do IBC-Br de outubro, buscando pistas sobre a situação da economia depois de o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil mostrar contração de 0,1% no terceiro trimestre.

No âmbito doméstico, o foco se volta ainda para o desenrolar da tramitação da PEC dos Precatórios nas casas legislativas. A Câmara dos Deputados vai analisar ainda no começo desta semana as alterações feitas pelo Senado no texto do projeto, e há expectativas de que todo o processo no Congresso seja concluído até o fim da semana.

Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana spot fechou em alta de 0,69%, a 5,6136 reais na venda.

(Edição de José de Castro)

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